Estados Unidos e Cuba retomarão no próximo dia 17 de julho um diálogo sobre migração que permanecia estagnado há mais de dois anos, em uma segunda aproximação após as conversas bilaterais sobre o reatamento dos serviços de correio direto que concluíram nesta quarta-feira em Washington.

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Segundo informaram hoje fontes do Departamento de Estado, representantes dessa agência se reunirão em Washington com funcionários cubanos no dia 17 de julho "para conversar sobre assuntos migratórios entre Cuba e EUA".

A última rodada de diálogo migratório bilateral foi encerrada em Havana em janeiro de 2011.

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"As conversas programadas não representam uma mudança significativa na política americana em relação a Cuba", declaram as fontes, que não esclareceram a razão pela qual as conversas foram retomadas agora.

"Seguir garantindo uma migração segura entre Cuba e EUA é consistente com nosso interesse em promover maiores liberdades e um maior respeito pelos direitos humanos em Cuba", apontaram.

O anúncio coincide com o fechamento de dois dias de reuniões em Washington sobre o possível reinício do serviço postal direto entre os dois países.

No entanto, uma fonte diplomática americana disse à Agência Efe que os dois processos são independentes entre si e a decisão de retomar o diálogo migratório não foi tomada na reunião sobre o assunto postal.

A reunião de 17 de julho "continuará" sobre a base das conversas de Havana em 2011 e tratará temas como "o processamento dos pedidos de refugiados, os vistos de imigrantes" e outros destinados a "facilitar o fluxo regular de migrantes", explicou a mesma fonte.

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As últimas negociações estiveram lideradas pela secretária de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, que aproveitou a oportunidade para pedir a libertação de Alan Gross, um contratista americano detido em Cuba em 2009 e condenado a 15 anos de prisão por atividades subversivas.

A condenação de Gross, que Washington considera injusta, e os desacordos em relação ao destino dos cinco cubanos dos quais quatro cumprem pena por espionagem na Flórida, esfriaram nos últimos anos o diálogo entre Washington e Havana.

A base do diálogo migratório está nos acordos migratórios de 1994 e 1995, pelos quais EUA e Cuba se comprometeram a manter uma imigração "segura, legal e ordenada" e a revisar regularmente a implementação desses pactos, indicou o Departamento de Estado.