Cuba e Estados Unidos anunciaram que fizeram progresso para a restauração das relações diplomáticas após dois dias de negociações, e prometeram nesta sexta-feira continuar as conversas informais nas próximas semanas.
A negociadora-chefe dos EUA disse que os dois lados podem não precisar de outra rodada formal de negociações para chegar a um acordo, indicando que as principais diferenças foram resolvidas.
Se os ex-rivais de Guerra Fria alcançarem em última instância um acordo para acabar com mais de meio século de distanciamento, cumpririam uma promessa que fizeram há cinco meses, quando o presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente cubano, Raúl Castro, anunciaram a aproximação.
As chamadas seções de interesses em Washington e Havana podem ser atualizadas para embaixadas, e embaixadores poderiam ser chamados no lugar dos atuais chefes de missão. Washington rompeu relações diplomáticas com Cuba em 1961, logo após a revolução cubana, que comandou a ilha em aliança com a União Soviética e levou a décadas de hostilidade com seu vizinho do norte.
“Nós fizemos um progresso significativo nos últimos cinco meses e estamos muito mais perto de restabelecer relações e reabrir embaixadas”, afirmou Roberta Jacobson, secretária adjunta norte-americana de Estado para assuntos do Hemisfério Ocidental, a repórteres depois de dois dias de conversações no Departamento de Estado.
Desde o anúncio histórico de Obama e Raúl Castro em dezembro, os dois lados se reuniram duas vezes em Havana e duas vezes em Washington, e os dois presidentes também se encontraram para conversar durante uma cúpula regional no Panamá em abril.
A negociadora-chefe de Cuba, Josefina Vidal, também relatou progressos. Nenhum dos lados deu detalhes publicamente, mas a diretora de assuntos norte-americanos no Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse que eles haviam discutido “aspectos relacionados com o funcionamento das embaixadas e o comportamento dos diplomatas”, uma referência a duas áreas de diferença entre os países.