Bagdá – Um histórico encontro de diplomatas iranianos e americanos de alto escalão, realizado ontem em Bagdá, foi palco para exigências dos Estados Unidos e propostas de Irã, mas acabou sem progressos significativos.

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O embaixador dos Estados Unidos no Iraque, Ryan Crocker, e sua equipe reuniram-se durante quatro horas com o embaixador iraniano naquele país, Hassan Kazemi Qomi, e seus auxiliares. O encontro, no gabinete do premier iraquiano, Nouri al Maliki, teve como tema a instabilidade e a violência no Iraque e foi descrito por ambos os embaixadores como "positivo’’.

Crocker pediu que o Irã suspenda o apoio logístico que dá a milícias xiitas no Iraque, as quais combatem tanto as forças de segurança iraquianas quanto os soldados da coalizão liderada pelos Estados Unidos - que acusam o Irã de fornecer munição a essas milícias. Teerã nega as acusações.

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Já os diplomatas iranianos afirmaram que a presença dos Estados Unidos no Iraque trata-se de ocupação e que os esforços para equipar e treinar as forças de segurança iraquianas têm sido inadequados. O embaixador iraniano declarou ainda que seu país se oferece para treinar e equipar a polícia e o Exército iraquianos e propôs um mecanismo de coordenação da segurança no Iraque, o qual incluiria Irã, EUA e Bagdá.

Irã e Iraque travaram uma sangrenta guerra entre 1980 e 1988, mas Teerã ainda tem fortes laços e exerce influência sobre a comunidade xiita do país vizinho - que corresponde a 60% da população do país.

O embaixador dos EUA respondeu às críticas e afirmou que levará a Washington a proposta iraniana, da qual ninguém deu detalhes.

"No campo político, os dois lados concordaram em apoiar e fortalecer o governo iraquiano’’, afirmou o embaixador Qomi, acrescentando que um novo encontro foi marcado para daqui a a um mês - informação não confirmada pelos americanos. Segundo os diplomatas, ficaram fora da pauta desse encontro temas delicados, como o programa nuclear iraniano.

A reunião em Bagdá foi a primeira de alto nível entre Teerã e Washington desde abril de 1980, quando os EUA cortaram laços diplomáticos com o Irã, em resposta à revolução Islâmica e à subseqüente invasão da embaixada americana em Teerã por um grupo de estudantes que fez seus ocupantes de reféns.

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A idéia de envolver Teerã na busca de uma solução para os problemas de segurança no Iraque foi sugerida ao governo Bush pelo Grupo de Estudos Iraquianos, bipartidário, no início deste ano, e inicialmente rechaçada pelo presidente.