Os Estados Unidos parecem não ter gostado mesmo da decisão da agência cultural das Nações Unidas, a Unesco, de votar a adesão plena dos palestinos como Estado ao organismo. Na quarta-feira à noite, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, aconselhou a Unesco a "repensar" seus planos, no que alguns atribuíram ser uma ameaça de corte de verbas vindo de Washington.

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"Eu peço que a liderança da Unesco pense de novo antes de votar a decisão sobre um status (o da Palestina) que deve ser feito na ONU e não em grupos auxiliares ligados à organização", disse Hillary em entrevista na República Dominicana, onde está em visita oficial.

Nesta quarta-feira, a Unesco autorizou que os seus 193 países-membros organismo realizem uma votação sobre adesão plena dos palestinos como Estado. O plebiscito deve ser realizado na conferência geral da agência da ONU, marcada entre os próximos dias 25 de outubro e 10 de novembro, em Paris.

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O Ministério do Exterior de Israel também se manifestou diante da mais nova iniciativa da ANP de legitimar o Estado palestino na comunidade internacional, dizendo que o pedido de adesão na Unesco é uma "rejeição ao caminho das negociações e ao plano do Quarteto de continuar o processo político.

Em entrevista ao jornal israelense "Haaretz", o embaixador israelense na Unesco, Nimrod Barkan, disse que os EUA deixaram claro que vão cortar as doações à agência se ela reconhecer os palestinos como membro pleno. O boicote de Washington pode levar a Unesco à falência, já que os investimentos americanos totalizam 22% de todo o orçamento da agência.

"Hora apropriada para reconhecimento", diz Abbas em Conselho Europeu

Em mais uma tentativa de convencer a comunidade internacional sobre o reconhecimento do Estado palestino, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmmoud Abbas, foi ao Conselho Europeu pedir aos seus 47 membros que defendam os árabes. Em discurso, Abbas disse que "não há hora mais apropriada que agora" para o reconhecimento palestino.

Na semana passada, o Conselho já tinha liberado um documento pedindo que todos os seus membros apoiassem a causa palestina na ONU. Seis membros da Assembleia Europeia fazem parte do Conselho de Segurança. França e Reino Unido devem se abster na votação em Nova York; Rússia e Portugal já deram indícios de que vão votar a favor, e a Bósnia ainda não se posicionou.

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