Os EUA e o Reino Unido fecharam ontem suas embaixadas no Iêmen. Washington citou ameaças da Al-Qaeda da península Arábica, mesmo grupo que reivindicou autoria do ataque frustrado a um voo americano rumo a Detroit no Natal.
O site da Embaixada dos EUA informa que a representação na capital Sanaa está fechada "em razão de ameaças em curso feitas pela Al-Qaeda da península Arábica de ataque a interesses americanos no Iêmen.
Autoridades britânicas citaram a preocupação com a segurança, mas não confirmaram ameaças específicas.
A decisão de fechar a embaixada ocorreu um dia depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, acusar a Al-Qaeda da península Arábica pela tentativa de ataque no Natal.
Obama afirmou que o grupo foi responsável pelo treinamento e pelo fornecimento de explosivos ao nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, de 23 anos, que tentou se explodir no voo. E enfatizou a luta de seu governo contra o grupo.
Além disso, o chefe do Comando Central dos EUA, general David Petraeus, se reuniu com o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Salehon, na capital Sanaa, onde discutiram estratégias conjuntas para atacar o grupo terrorista.
Petraeus já anunciou que os EUA vão mais do que dobrar o envio de recursos para a segurança do Iêmen. No ano passado, foram enviados cerca de US$ 70 milhões, sem contar os recursos enviados como informação confidencial.
O Reino Unido anunciou que o premier Gordon Brown e Obama concordaram em dar apoio a uma unidade policial de contraterrorismo para lidar com as ameaças de ataques.
Brown já convocou uma cúpula internacional para discutir o terrorismo no Iêmen no dia 28 de janeiro em Londres, em paralelo a uma reunião sobre a situação no Afeganistão.
Novo front
O fechamento das embaixadas reforça a percepção de que o Iêmen se tornou um novo front para os EUA no combate ao terrorismo. O conselheiro de Segurança Doméstica e Contraterrorismo, John Brennan, afirmou à rede de tevê ABC que a Al-Qaeda tem centenas de membros no Iêmen e que eles estão ganhando força. Segundo Brennan, eles representam uma ameaça real.
Em entrevista à Fox, Brennan afirmou que o grupo "estava mirando nossa embaixada e nosso pessoal e não vamos correr riscos com as vidas de nossos diplomatas e de outros.
Em setembro do ano passado, a Embaixada dos EUA no Iêmen foi atacada por um carro-bomba, o que resultou na morte de 19 pessoas.
A Embaixada da Espanha restringiu acesso ao público, mas permanece aberta. O governo recomenda aos espanhóis que não viajem ao Iêmen devido ao risco de atentados.