O pacto nuclear a ser assinado em 8 de abril pelos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dmitry Medvedev, reduzirá em cerca de 30% os arsenais que cada lado poderá deter.
Pelo acordo a ser ratificado em Praga, EUA e Rússia se comprometerão a reduzir para 1.550 cada o número total de ogivas nucleares. Os dois países poderão manter 800 plataformas de lançamentos de mísseis intercontinentais. A data e o local da assinatura do pacto nuclear foram anunciados pela Casa Branca depois de uma conversa telefônica mantida por Obama e Medvedev na manhã de ontem.
"Os presidentes concordaram que o novo tratado demonstra a continuidade do comprometimento dos Estados Unidos e da Rússia as duas maiores potências nucleares do mundo com uma redução de seus arsenais consistente com as obrigações estabelecidas pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)", informou a Casa Branca por meio de nota.
O novo Tratado de Redução de Armamentos Nucleares Estratégicos substituirá o START-1, assinado em 1991 e que expirou em dezembro último. Antes do START-1, Estados Unidos e União Soviética tinham números aproximados de 6.000 ogivas nucleares cada um.
Discurso histórico
Praga, a cidade escolhida para a assinatura do documento, foi onde Obama fez discurso em 2009 no qual expôs sua visão de um mundo livre de armas nucleares.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que agora os esforços deverão se dirigir a terceiros países, para que esses também reduzam seus arsenais nucleares e mísseis balísticos. "Eu estou convencido que as futuras negociações para a redução de armamentos nucleares continuarão. Mas essas negociações podem apenas ser conduzidas no contexto de uma situação estratégica geral, no contexto de objetivos gerais de desarmamento", disse Lavrov.
A redução dos arsenais nucleares, no entanto, ainda deixa ambos os lados com armamentos e a habilidade de facilmente se aniquilarem.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, elogiou o acordo entre os EUA e a Rússia como um "importante marco" no caminho para um mundo livre de armas nucleares. Ban disse que acredita que o acordo dará "um ímpeto significativo" a uma conferência que a ONU realizará em maio para revisar o Tratado de Não Proliferação Nuclear, considerado também um marco nos esforços mundiais para evitar a proliferação de armas atômicas.