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PODER ATÔMICO

EUA e Rússia decidem reduzir em 30% o armamento nuclear

Míssil russo com ogiva nuclear, nas proximidades de Moscou: acordo entre os dois países com maior arsenal atômico do mundo recebe elogios da ONU | Maxim Shipenkov/AFP
Míssil russo com ogiva nuclear, nas proximidades de Moscou: acordo entre os dois países com maior arsenal atômico do mundo recebe elogios da ONU (Foto: Maxim Shipenkov/AFP)
Entenda o que prevê o novo acordo nuclear entre EUA e Rússia |

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Entenda o que prevê o novo acordo nuclear entre EUA e Rússia

O pacto nuclear a ser assinado em 8 de abril pelos presidentes dos Estados Unidos, Barack Oba­­ma, e da Rússia, Dmitry Medvedev, reduzirá em cerca de 30% os arsenais que cada lado poderá deter.

Pelo acordo a ser ratificado em Praga, EUA e Rússia se comprometerão a reduzir para 1.550 cada o número total de ogivas nucleares. Os dois países poderão manter 800 plataformas de lançamentos de mísseis intercontinentais. A data e o local da assinatura do pacto nuclear foram anunciados pela Casa Branca depois de uma conversa telefônica mantida por Obama e Medvedev na manhã de ontem.

"Os presidentes concordaram que o novo tratado demonstra a continuidade do comprometimento dos Estados Unidos e da Rússia – as duas maiores potências nucleares do mundo – com uma redução de seus arsenais consistente com as obrigações estabelecidas pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)", informou a Casa Branca por meio de nota.

O novo Tratado de Redução de Armamentos Nucleares Estra­­té­­gicos substituirá o START-1, assinado em 1991 e que expirou em dezembro último. Antes do START-1, Estados Unidos e União Soviética tinham números aproximados de 6.000 ogivas nucleares cada um.

Discurso histórico

Praga, a cidade escolhida para a assinatura do documento, foi on­­de Obama fez discurso em 2009 no qual expôs sua visão de um mundo livre de armas nucleares.

O ministro das Relações Exte­­riores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que agora os esforços deverão se dirigir a terceiros países, para que esses também reduzam seus arsenais nucleares e mísseis balísticos. "Eu estou convencido que as futuras negociações para a redução de armamentos nucleares continuarão. Mas essas negociações podem apenas ser conduzidas no contexto de uma situação estratégica geral, no contexto de objetivos gerais de desarmamento", disse Lavrov.

A redução dos arsenais nucleares, no entanto, ainda deixa am­­bos os lados com armamentos e a habilidade de facilmente se aniquilarem.

O secretário-geral da Organi­­zação das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, elogiou o acordo entre os EUA e a Rússia como um "importante marco" no caminho para um mundo livre de armas nucleares. Ban disse que acredita que o acordo dará "um ímpeto significativo" a uma conferência que a ONU realizará em maio para revisar o Tratado de Não Proliferação Nuclear, considerado também um marco nos esforços mundiais para evitar a proliferação de armas atômicas.

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