Após nove meses de negociação, Estados Unidos e Rússia chegaram a um acordo sobre "todos os documentos necessários para assinar um novo tratado de desarmamento nuclear, que substituirá o Start 1, de 1991, expirado em 5 de dezembro passado.
Um funcionário do Kremlin afirmou que os dois países acordaram sobre a linguagem do documento, mas não quis dizer quando o tratado será assinado.
"Todos os documentos para a assinatura do Start (sigla em inglês para Tratado de Redução de Armas Estratégicas) foram acordados, afirmou o funcionário, em condição de anonimato.
Ele disse ainda que os presidentes americano, Barack Obama, e russo, Dmitri Medvedev, decidiram mais tarde sobre a data da assinatura e que o local da cerimônia deve ser Praga.
Mais cedo, autoridades russas disseram que a assinatura será feita próximo ao aniversário do discurso do presidente Obama em Praga, feito no dia 5 de abril de 2009, divulgando sua visão para a redução global de armas nucleares.
Negociações
Há vários meses, Washington e Moscou realizam negociações em Genebra para acertar um novo tratado de desarmamento estratégico. Há mais de seis meses, negociadores americanos e russos se reúnem regularmente em Genebra para elaborar o novo documento, a pedra angular do "relançamento" desejado pelos presidentes Barack Obama e Dmitri Medvedev, depois de anos de "paz fria" durante o governo de George W. Bush e após o breve conflito com a Geórgia, aliada dos Estados Unidos, em 2008.
Ambos os presidentes acordaram em julho passado buscar um novo texto, cortando os arsenais de ambos os lados para um total de ogivas variando entre 1.500 e 1.675 ogivas, cada um.
O Start 1, assinado pelos presidentes soviético Mikhail Gorbachev e americano George H.W. Bush, exigia que os dois países reduzissem suas ogivas em ao menos um quarto, para cerca de 6.000, e implementassem medidas para verificar se o outro lado está cumprindo o tratado.
Um texto mais recente de desarmamento nuclear entre os dois rivais de Guerra Fria, assinado por George W. Bush e o então presidente russo, Vladimir Putin, limita o arsenal de cada país a 2.200 ogivas, até 2012.
A Rússia insiste que o novo tratado deve regular também o desenvolvimento dos sistemas de defesa antimísseis, enquanto que os EUA consideram que este é um tema que deve ser negociado separadamente.
Moscou também tem sido relutante em conceder aos especialistas dos EUA acesso aos dados da Rússia sobre novos testes de mísseis, o que tornaria difícil, segundo alerta do próprio Obama, a sua aprovação no Senado americano.
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