O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu nesta quinta-feira (27) a "libertação imediata" do presidente do Níger, Mohamed Bazoum, feito refém por um grupo de soldados após o anúncio de derrubada do governo nessa quarta-feira (26).
O secretário de Estado norte-americano se posicionou sobre o possível "golpe" durante uma visita à Nova Zelândia, nesta manhã. Ele defendeu em seu discurso o respeito ao Estado de Direito.
"Se isso constitui tecnicamente um golpe ou não, não posso dizer, isso cabe aos advogados dizer, mas o que constitui claramente é uma tentativa de tomar o poder pela força e derrubar a Constituição", afirmou Blinken.
A Embaixada dos EUA no país comunicou que tem conhecimento dos fatos e emitiu um alerta de segurança. Ainda, destacou que as autoridades americanas acompanham "de perto a situação e os acontecimentos" no país africano.
No mesmo caminho, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu que as "partes em conflito" no Níger resolvam a crise política por meio de um diálogo "pacífico, sem uso da força" e defendem a soltura do presidente africano.
O anúncio de levante militar foi feito por meio da televisão estatal, no qual foi noticiada a queda do governo de Bazoum, sob a justificativa de "má gestão do país".
Com o grupo no poder, houve a suspensão das instituições, o fechamento das fronteiras e toque de recolher noturno. O governante foi detido no palácio presidencial, em Niamey, junto a sua família.
Ainda nesta manhã (27), o Exército de Níger concordou em apoiar os soldados, por meio de um comunicado assinado pelo major-general Abdou Sidikou Issa, como forma de "preservar a integridade física do presidente da República e de sua família", além de evitar "um banho de sangue" no país.
Por meio de uma nota, o presidente da União Africana se pronunciou sobre o levante em tom de repúdio, defendendo o reestabelecimento da democracia no Níger.
“Informado de uma tentativa de certos militares de minar a estabilidade das instituições democráticas e republicanas no Níger, o que equivale a uma tentativa de golpe de estado, o Presidente da Comissão da União Africana, S.E. Moussa Faki Mahamat, condena veementemente tais ações por parte de militares agindo em total traição ao seu dever republicano”, diz o comunicado.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se manifestou sobre a situação, condenando os atos que contrariam a ordem constitucional do país.
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