Estados Unidos e Rússia, representados pelo secretário de Estado Marco Rubio e o Ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, respectivamente, se reúnem nesta terça-feira (18), na Arábia Saudita, a fim de buscar a normalização das relações bilaterais e estabelecer as bases para negociar o fim da guerra na Ucrânia.
Essa é a primeira reunião de alto nível em mais de três anos entre os dois países. O último contato presencial entre as partes ocorreu em janeiro de 2022, um mês antes do início da guerra na Ucrânia, quando Lavrov e o secretário de Estado da administração de Joe Biden, Antony Blinken, discutiram suas agendas.
Um dos pontos centrais do encontro desta terça-feira, que acontece no Palácio de Conferências de Diriyah, no noroeste da capital saudita, é o planejamento de uma cúpula, também em Riad, entre o presidente americano, Donald Trump, e o ditador russo, Vladimir Putin.
A delegação dos EUA inclui Rubio, o enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, enquanto Lavrov é acompanhado pelo assessor de Putin para assuntos internacionais, Yuri Ushakov.
O início das negociações entre Washington e Moscou ocorre um dia antes da visita aguardada do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Arábia Saudita, marcada para esta quarta-feira (19), como parte de uma viagem que começou na segunda-feira nos Emirados Árabes Unidos e também o levará à Turquia nesta terça-feira (18).
Na segunda (17), Zelensky deixou clara sua posição de que não foi informado sobre a reunião entre Rússia e Estados Unidos, antecipando que seu país não reconhecerá nenhum resultado do encontro.
“A Ucrânia não aceitará isso. A Ucrânia não sabia nada sobre isso. E a Ucrânia considera nulos os resultados de quaisquer negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia. Não podemos reconhecer nenhum acordo que nos envolva sem que sejamos parte disso", afirmou o presidente ucraniano em uma entrevista coletiva realizada nos Emirados Árabes Unidos.
O presidente ucraniano reiterou, em linha com o que já havia dito no final de semana, que os Estados Unidos “têm o direito” de realizar reuniões com a Rússia sobre assuntos bilaterais, mas não para discutir questões que afetam a Ucrânia.
Nenhuma das delegações fez qualquer declaração antes da reunião em Diriyah, onde um grupo limitado de jornalistas foi autorizado a entrar no salão externo do enorme Palácio de Conferências da capital saudita.
A única declaração oficial sobre a reunião partiu do governo saudita, que enfatizou em um comunicado que a Arábia Saudita "acolhe hoje em Riad negociações entre a Federação Russa e os Estados Unidos como parte dos esforços do reino para melhorar a segurança e a paz no mundo".
Secretário-geral da Otan diz que Europa deveria liderar garantias de segurança para a Ucrânia
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse nesta segunda-feira (17) que a Europa está “pronta e disposta” a dar “um passo adiante” e “liderar” as garantias de segurança para a Ucrânia, assim como investir “muito mais” em defesa.
“Pronta e disposta. Essa é a minha impressão sobre a reunião de hoje em Paris. A Europa está pronta e disposta a dar um passo à frente, a liderar o fornecimento de garantias de segurança para a Ucrânia”, afirmou Rutte em uma mensagem em redes sociais após a cúpula informal de emergência convocada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, para discutir a situação na Ucrânia e o papel da Europa nas negociações sobre o conflito.
“Pronta e disposta a investir muito mais em nossa segurança. Os detalhes terão que ser decididos, mas o compromisso é claro”, acrescentou.
A reunião envolveu líderes de vários países, como o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, e os primeiros-ministros da Holanda, Dick Schoof, e da Polônia, Donald Tusk.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também estiveram presentes.