Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Suposta morte súbita

EUA e Rússia trocam farpas sobre morte de opositor russo Alexei Navalny

Foto de arquivo datada de 11 de janeiro de 2024 mostra Alexei Navalny, figura da oposição russa, vista em uma tela via link de vídeo durante uma audiência na Suprema Corte em Moscou, Rússia. (Foto: EFE/ Yuri Kochetkov)

Ouça este conteúdo

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou nesta sexta-feira (16) que a Rússia é responsável pela morte do líder opositor russo Alexei Navalny é mais um sinal da “brutalidade” do presidente Vladimir Putin.

"Se confirmado, isto seria outro sinal da brutalidade de Putin. Qualquer que seja a história que contem, vamos deixar claro que a Rússia é responsável", disse Harris no início do seu discurso na Conferência de Segurança de Munique, na qual está presente a esposa do opositor russo, Yulia Navalnaya.

“Esta é uma notícia terrível que estamos trabalhando para confirmar”, acrescentou a vice-presidente americana sobre a morte do líder opositor, que faleceu repentinamente nesta sexta-feira na prisão do Ártico onde estava desde dezembro do ano passado, segundo os serviços penitenciários russos.

Navalny, que regressou ao seu país natal em 2021 depois de ter sido envenenado no ano anterior - segundo seus aliados, pelo Serviço de Segurança Federal -, cumpria uma pena de quase 30 anos de prisão por vários crimes.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também se referiu hoje à questão em Munique, antes de se reunir com seu homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar. “Durante mais de uma década, o governo russo, Putin, perseguiu, envenenou e prendeu Alexei Navalny, e agora sua morte é noticiada”, afirmou o chefe da diplomacia americana.

“Sua morte em uma prisão russa e a fixação e o medo de um homem apenas sublinham a fraqueza e a podridão no coração do sistema que Putin construiu. A Rússia é responsável por isto. Falaremos com muitos outros países preocupados com Alexei Navalny, e especialmente se estes relatórios se revelarem verdadeiros", completou.

Resposta do Kremlin

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse nesta sexta-feira (16) aos Estados Unidos para que não façam acusações infundadas sobre os responsáveis pela morte do líder opositor Alexei Navalny, até que sejam conhecidos os resultados da autópsia.

"A morte de uma pessoa é sempre uma tragédia (...). Em vez de acusações gratuitas, eles deveriam mostrar moderação e aguardar os resultados oficiais da autópsia", disse o Ministério das Relações Exteriores russo em comunicado.

Moscou questionou o motivo da Casa Branca e o Departamento de Estado considerarem a morte de um cidadão russo em uma prisão russa como "muito mais importante" e "mais terrível" do que a de um americano em uma prisão ucraniana, em referência ao jornalista e blogueiro de cidadania chilena e americana Gonzalo Lira, que morreu em janeiro sob custódia na Ucrânia.

Lira havia sido preso em maio de 2023 sob a acusação de divulgar informações falsas sobre a guerra e justificar nas redes sociais a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia.

Logo após a informação do falecimento de Navalny ser divulgada pela imprensa russa, o Kremlin disse que não tinha detalhes sobre as causas da morte na prisão do líder opositor, segundo garantiu o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov.

“Os médicos têm de esclarecer”, disse o representante de Putin, citado pela agência de notícias TASS, depois dos serviços penitenciários confirmarem a morte do conhecido opositor.

Peskov afirmou que o Serviço Penitenciário russo está agora encarregado de realizar as verificações necessárias nestes casos, o que não exige a emissão de instruções adicionais. “Há um conjunto de regras que eles seguem”, explicou.

O porta-voz também confirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, a quem Navalny acusou de ordenar seu envenenamento em 2020, foi informado da morte do opositor.

Críticas ao Ocidente

O Kremlin considerou ainda “inadmissíveis” as declarações de líderes ocidentais, que responsabilizaram diretamente Moscou pela morte na prisão do líder da oposição, Alexei Navalny.

"Não há declarações de médicos nem informações de serviços forenses e penitenciários. Ou seja, não há informações. E estamos nos deparando com essas declarações", disse Dmitry Peskov, porta-voz presidencial às agências de notícias russas. Ele enfatizou que estas são, “obviamente, declarações absolutamente furiosas e inadmissíveis”. (Com Agência EFE)

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.