O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, projetam a formação de uma frente unida para lidar com a guerra civil que há mais de dois anos castiga a Síria.
Enquanto a Turquia cobra dos EUA uma postura mais ativa contra o presidente da Síria, Bashar Assad, Erdogan foi recebido ontem por Obama na Casa Branca e os dois líderes mantiveram suas divergências fora do debate público.
Em entrevista coletiva conjunta concedida nos jardins da Casa Branca, Erdogan se esquivou de uma pergunta sobre o que esperava de Obama em relação a Assad. O americano, por sua vez, salientou que os EUA não agiriam sozinhos.
O presidente norte-americano disse acreditar que a diplomacia ainda pode ter resultado. Segundo ele, os EUA e a Turquia vão continuar aumentando a pressão para depor Assad.
"Não há fórmulas mágicas para resolver situações extraordinariamente violentas e difíceis como a da Síria", disse Obama. "Se houvesse, creio que o primeiro-ministro [Erdogan] e eu já teríamos colocado em prática e a crise teria chegado ao fim."
Obama e Erdogan pedem à Síria e à comunidade internacional que façam o possível para acabar com o conflito que já matou mais de 80 mil pessoas, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
Eles esperam que uma iniciativa que envolve Washington, Moscou e outras capitais seja capaz de levar governo e rebeldes à mesa de negociações para buscar uma solução política para a guerra civil.
Durante a coletiva, Obama disse que a única forma de resolver a crise é Assad entregar o poder a um governo de transição. Ele disse que a Turquia terá uma participação importante nesse processo.
"Vamos manter uma pressão crescente sobre o regime de Assad e trabalhar com a oposição síria. Nós dois concordamos que Assad precisa sair", disse Obama.
Obama disse que os EUA vão continuar a ajudar os países da região a cuidar dos refugiados, com o envio de ajuda humanitária.
Erdogan salientou que os EUA e a Turquia têm objetivos idênticos a respeito da Síria. Nenhum dos líderes mencionou divergências sobre como lidar com a sangrenta guerra civil no país.