Em Istambul, na Turquia, protestos contra a política de Erdogan na Síria tiveram de ser reprimidos pela polícia| Foto: Osman Orsal

Oriente Médio

Obama conta com os turcos para resolver problemas na região

Da mesma forma que o premiê Recep Erdogan quer que os americanos exerçam maior poder na Síria, o governo de Barack Obama vê a Turquia como um importante intermediário para uma série de problemas na região.

Após os recentes atentados na Turquia, Erdogan e Obama também devem intensificar a cooperação em questões de contraterrorismo. O governo dos EUA deve garantir que a Turquia não será prejudicada com as negociações para um enorme acordo de livre-comércio com a União Europeia.

Na questão síria, Obama permanece relutante em tomar o tipo de ação que a Turquia gostaria, o que inclui o estabelecimento de uma área de exclusão aérea.

Porém, essa falta de acordo não pareceu afetar a visita de Erdogan. Ele se reuniu com Obama no Salão Oval durante três horas de conversas concentradas principalmente em questões de segurança do Oriente Médio, mas Obama afirmou que eles também concordaram em criar "um novo comitê de alto nível" que vai focar no comércio e investimentos entre os dois países.

O premiê também participou de um almoço formal no Departamento de Estado com o vice-presidente Joe Biden e o secretário de Estado John Kerry antes de voltar à Casa Branca para um jantar com o presidente.

Apesar das diferenças a respeito da Síria, Erdogan vai aproveitar a oportunidade de mostrar sua ligação com os EUA. Ele chega ao país após ter comemorado dez anos no comando do governo turco.

Agência Estado

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Erdogan cumprimenta presidente americano, em Washington; Premiê turco ouve Obama
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, projetam a formação de uma frente unida para lidar com a guerra civil que há mais de dois anos castiga a Síria.

Enquanto a Turquia cobra dos EUA uma postura mais ativa contra o presidente da Síria, Bashar Assad, Erdogan foi recebido ontem por Obama na Casa Branca e os dois líderes mantiveram suas divergências fora do debate público.

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Em entrevista coletiva conjunta concedida nos jardins da Casa Branca, Erdogan se esquivou de uma pergunta sobre o que esperava de Obama em relação a Assad. O americano, por sua vez, salientou que os EUA não agiriam sozinhos.

O presidente norte-americano disse acreditar que a diplomacia ainda pode ter resultado. Segundo ele, os EUA e a Turquia vão continuar aumentando a pressão para depor Assad.

"Não há fórmulas mágicas para resolver situações extraordinariamente violentas e difíceis como a da Síria", disse Obama. "Se houvesse, creio que o primeiro-ministro [Erdogan] e eu já teríamos colocado em prática e a crise teria chegado ao fim."

Obama e Erdogan pedem à Síria e à comunidade internacional que façam o possível para acabar com o conflito que já matou mais de 80 mil pessoas, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

Eles esperam que uma iniciativa que envolve Washington, Moscou e outras capitais seja capaz de levar governo e rebeldes à mesa de negociações para buscar uma solução política para a guerra civil.

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Durante a coletiva, Obama disse que a única forma de resolver a crise é Assad entregar o poder a um governo de transição. Ele disse que a Turquia terá uma participação importante nesse processo.

"Vamos manter uma pressão crescente sobre o regime de Assad e trabalhar com a oposição síria. Nós dois concordamos que Assad precisa sair", disse Obama.

Obama disse que os EUA vão continuar a ajudar os países da região a cuidar dos refugiados, com o envio de ajuda humanitária.

Erdogan salientou que os EUA e a Turquia têm objetivos idênticos a respeito da Síria. Nenhum dos líderes mencionou divergências sobre como lidar com a sangrenta guerra civil no país.