Os Estados Unidos colocaram sete separatistas da Ucrânia em sua lista negra nesta sexta-feira (20) e ameaçaram sanções "com bisturi" nos setores financeiro, de defesa e de alta tecnologia da Rússia, depois que mais equipamentos militares russos chegaram à Ucrânia.
As medidas dos EUA são uma reação ao que autoridades norte-americanas dizem ser um aumento recente do apoio russo aos separatistas ucranianos, incluindo o envio de tanques russos e os preparativos para enviar mais para o leste da Ucrânia.
Rebeliões separatistas eclodiram no leste da Ucrânia no início de abril, depois de protestos de rua em Kiev derrubaram o líder pró-Moscou Viktor Yanukovich, e Rússia, por sua vez, anexou a península da Crimeia. Rebeldes do leste têm pedido a união com a Rússia.
O Tesouro dos EUA nomeou sete pessoas, incluindo líderes separatistas em Donetsk, Slovyansk, Luhansk e na cidade de Sebastopol, na Crimeia anexada pela Rússia, cujos bens sob jurisdição norte-americana serão congelados e com quem indivíduos e empresas dos EUA serão normalmente proibidos de negociar.
O Tesouro informou que um dos sete é um cidadão russo, mas não forneceu informações sobre a cidadania dos outros seis.
Separadamente, o Departamento de Estado dos Estados Unidos declarou estar certo de que a Rússia enviou na semana passada tanques e lançadores de foguete de um local de mobilização militar no sudoeste russo para o leste da Ucrânia, e acredita que mais tanques estão sendo preparados para ser entregues.
"Também temos informação de que a Rússia reuniu peças de artilharia em um local de mobilização no sudoeste russo, incluindo um tipo de artilharia utilizado por forças ucranianas mas não mais disponível às forças russas, e acreditamos que a Rússia pode fornecer este equipamento para os combatentes separatistas em breve", afirmou a porta-voz do departamento, Jen Psaki.
Um funcionário do alto escalão do governo Obama disse, sob condição de anonimato, que os EUA intensificaram suas conversas com a União Europeia sobre a imposição de sanções adicionais sobre a Rússia por conta do fluxo de material para a Ucrânia.
"Temos tido conversas frequentes com nossos parceiros da UE a respeito do que chamamos de sanções "com bisturi", cujo alvo primário seriam os setores financeiro, de defesa e de alta tecnologia", disse o funcionário a repórteres.
"A ideia é negar à Rússia o tipo de investimento e de tecnologia da próxima geração que o país precisa para continuar a crescer."
As conversas continuavam nesta sexta-feira e irão se estender durante o final de semana.
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