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Estados Unidos e outros países-membros da União Europeia (UE) multiplicavam seus contatos em torno da demanda de reconhecimento de um Estado palestino na ONU, a qual Washington alertou que vetará.

Estados Unidos, União Europeia, Rússia e funcionários da ONU estavam envolvidos na busca de uma fórmula para evitar um confronto esta semana na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, reuniu-se com a representante de Assuntos Externos da UE, Catherine Ashton, em Nova York. Já o enviado diplomático do Quarteto para o Oriente Médio, Tony Blair, iria se encontrar com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Blair expressou confiança em um acordo. "É uma forma de evitar um confronto", disse o ex-premier britânico ao canal de TV americano ABC. "O que estaremos buscando nos próximos dias é um jeito de armar algo que permita que suas demandas e legítimas aspirações à condição de Estado sejam reconhecidas, enquanto se renova a única coisa que irá produzir um Estado, que é a negociação direta entre as duas partes", afirmou.

Diplomatas assinalaram que, com tão poucos detalhes divulgados sobre a demanda que será feita pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, espera-se que as negociações continuem frenéticas até o último minuto.

Abbas prometeu aos palestinos que buscará a adesão à ONU no Conselho de Segurança na próxima sexta-feira, apesar da forte oposição de Israel e dos Estados Unidos, que afirmam que apenas negociações diretas poderão resolver o conflito entre israelenses e palestinos.

O presidente palestino deixou a Jordânia neste domingo (18) em direção a Nova York, onde deverá se reunir com chefes de Estado, indicou seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina.

Se o veto acontecer, os palestinos poderão recorrer diretamente à Assembleia Geral da ONU para buscar o status de Estado não-membro. Nesse caso, é provável que consigam o apoio da maioria dos 193 membros, e o veto não é possível.

Os Estados Unidos tentam convencer outros membros do Conselho de Segurança a votarem contra ou se absterem de qualquer resolução envolvendo os palestinos. Qualquer resolução poderá fracassar caso não sejam assegurados nove votos, o que dispensaria a necessidade de veto dos Estados Unidos e evitaria um constrangimento.

Grã-Bretanha, França e Alemanha terão votos decisivos, por serem membros do Conselho. Seus enviados à ONU ainda não tomaram uma decisão, porque ainda não viram a resolução. Segundo eles, o desejo dos palestinos de retomar negociações diretas terá um papel fundamental em sua decisão.

O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo, antes de viajar para Nova York, que qualquer tentativa palestina no Conselho de Segurança irá fracassar.

"Como resultado das ações dos Estados Unidos, que estão trabalhando intimamente conosco, e de outros governos com os quais nós e os americanos estamos trabalhando, prevejo que essa tentativa irá fracassar. Depois que a poeira baixar, e após tudo o que ocorrer na ONU, os palestinos cairão em si, espero, abandonando esses movimentos para evitar negociações, e retornando à mesa, a fim de alcançar a paz para nós e para os nossos vizinhos", estimou Netanyahu.

O premier de Israel comparou o Conselho de Segurança a um governo da ONU, enquanto a Assembleia Geral, disse, seria uma espécie de parlamento. "Lá, você pode passar qualquer resolução. Eles podem decidir que o sol nasce no oeste e se põe no leste, mas isso não tem o mesmo peso e a mesma importância que se tivesse sido decidido pelo Conselho de Segurança".

O reconhecimento pela Assembleia Geral de um Estado palestino permitiria, no entanto, uma ampliação dos seus direitos internacionais.

Maen Rashid Areikat, representante palestino em Washington, reconheceu que a Autoridade Palestina entende que sua campanha na ONU resultará apenas em mudanças simbólicas, já que Israel "é a parte mais forte", segundo ele.

"O objetivo é tentar elevar os palestinos a um nível mais igualitário, para que a disparidade que existiu por 18 anos e permitiu a Israel explorá-la em benefício próprio possa terminar, e aquele país possa falar agora com um igual, com um Estado-membro das Nações Unidas", disse, em entrevista à rede de TV CNN.

Netanyahu afirmou que também irá às Nações Unidas para explicar a oposição de Israel à demanda palestina. Assim como Abbas, ele fará um discurso no dia 23, segundo uma autoridade do governo.

As negociações de paz entre Israel e os palestinos afundaram há quase um ano, por causa de uma disputa envolvendo as construções de assentamentos judaico realizadas por Israel em terras palestinas ocupadas.

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