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A União Europeia (UE) considerou "desesperada" a decisão divulgada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta quarta-feira (21), de mobilizar mais 300 mil cidadãos em meio ao conflito com a Ucrânia e garantiu que ao chefe de Estado "só interessa avançar e continuar sua guerra destrutiva".
"O discurso do presidente Putin, e os anúncios que fez, tanto sobre o referendo (nos territórios ucranianos ocupados) como sobre a mobilização parcial, são uma prova a mais que Putin não está interessado na paz, está interessado em escalar sua guerra de agressão", disse Peter Stano, porta-voz do Alto Representante da UE para Política Externa, Josep Borrell.
A embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Bridget Brink, também classificou como "sinais de fraqueza" e como "fracasso" a convocação de referendos nos territórios ocupados pela Rússia e a mobilização parcial decretada pelo presidente russo.
"Os Estados Unidos nunca reconhecerão as alegações da Rússia de supostamente anexar território ucraniano, e continuaremos a apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário", escreveu a diplomata no Twitter.
Pacifistas russos se manifestam
O movimento pacifista Vesná convocou um protesto nacional na Rússia contra a mobilização parcial. Sob o slogan "Não à mobilização", os cidadãos russos foram convocados para protestar em suas cidades, de acordo com a organização em seu canal Telegram.
Vesná afirma que a decisão de Putin significa que "milhares de homens russos, nossos pais, irmãos e maridos, serão jogados no moedor de carne da guerra". "Por que mães e filhos vão chorar? Para o palácio de Putin?", pergunta o movimento.
"Agora a guerra realmente chegará a todos os lares e a todas as famílias. As autoridades disseram que apenas os 'profissionais' estavam lutando e que eles venceriam. Acontece que eles não estavam vencendo e os prisioneiros começaram a ser recrutados para o front. E agora a mobilização foi anunciada", disse.
De acordo com o movimento, os convocados "devem morrer para corrigir os erros do regime de Putin, que mergulhou a Rússia em uma monstruosa carnificina, no isolamento e na pobreza", acrescentou.
De acordo com a organização, desde o início da campanha militar russa na Ucrânia, houve 16.437 detenções em protestos contra a intervenção.