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Os EUA enviaram uma balsa para o Líbano nesta terça-feira para iniciar a primeira grande operação de retirada de americanos do país enquanto milhares de estrangeiros faziam as malas para escapar dos ataques aéreos israelenses.

A Grã-Bretanha disse que dois porta-aviões, o HMS Illustrious e o HMS Invincible, estavam entre seis de seus navios presentes na região prontos para começar a tirar cidadãos britânicos do local.

Outros países da Europa reuniram embarcações e aeronaves para alcançar seus cidadãos presos pelos bombardeios ao aeroporto de Beirute e contra estradas e pontes libanesas.

Comboios com estrangeiros viajavam através da perigosa estrada que leva à Síria, em um êxodo em massa no sétimo dia de bombardeios israelenses, que já deixaram ao menos 230 mortos no Líbano, sendo 204 civis.

Os ataques foram lançados depois de combatentes do Hizbollah terem capturado dois soldados israelenses e terem matado outros oito em uma ação realizada na fronteira no dia 12 de julho. Ao menos 24 israelenses, 12 deles civis, foram mortos por foguetes disparados pelo grupo guerrilheiro.

- Eu fugi do inferno - afirmou o empresário libanês Nassar Nassar ao jornal romeno Adevarul depois de regressar a Bucareste ao lado de sua mulher, uma romena. - Consegui chegar a Trípoli (norte do Líbano), onde peguei um táxi para Damasco. Na sexta-feira, embarquei em um avião para Viena e dali voltei para Bucareste - disse Nassar, que estava na região oeste de Beirute quando os ataques começaram.

A caminho

A balsa usada pelos EUA, que pode levar até mil pessoas, partiu de Chipre nesta terça-feira de manhã rumo à costa libanesa. Alguns dos 8 mil americanos registrados como moradores do Líbano devem embarcar nessa balsa, afirmou uma fonte diplomática em Nicósia.

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, disse que uma frota de navios britânicos estava na região.

- O primeiro navio chegará hoje (terça-feira), de forma que vamos poder levar para fora um grande número de pessoas - afirmou Blair a repórteres, em Londres. - Estamos fazendo tudo o que podemos para garantir que a retirada aconteça da forma mais rápida e eficiente possível.

Ministros britânicos disseram que cerca de 12 mil cidadãos do país e outros 10 mil com dupla nacionalidade seriam retirados.

A França afirmou que transportou 800 de seus cidadãos por meio de um barco até Larnaca, em Chipre, e que depois voltaria para buscar cerca de outros 6.000 franceses.

- Obviamente, estamos hoje negociando com as autoridades israelenses para que essa embarcação possa ir e vir - afirmou o ministro das Relações Exteriores da França, Philippe Douste-Blazy, a uma emissora de televisão francesa.

Uma fragata da Marinha grega chegou a Larnaca nesta terça-feira, carregando cerca de 400 europeus vindos de Beirute.

Muitos países enviaram aviões para Damasco a fim de buscar milhares de pessoas que chegam na cidade através de carros.

Um Boeing 707 da Força Aérea espanhola saiu da capital síria levando 113 pessoas. Outras 152 foram transportadas a partir de Amã, disse o Ministério das Relações Exteriores da Espanha.

A Rússia enviou um avião do Ministério de Emergências para recolher seus cidadãos.

Em Dusseldorf, Alemanha, parentes começaram a chorar quando viram familiares descendo de aeronaves vindas de Damasco, em uma operação conjunta realizada pela empresa aérea LTU e pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.

- Eu poderia abraçar as autoridades alemãs e quero agradecer a todos - afirmou Iman Kouteich, uma germano-libanesa que visitava os pais perto da fronteira israelense.

- Ficamos presos em abrigos e eu não conseguia mais dizer a diferença entre o dia e a noite - disse Kouteich. - Sem a ajuda da embaixada alemã, nunca teríamos saído inteiros dali.

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