Tropas entram em choque com manifestantes na capital centro-africana
Reuters
Forças de paz do Chade dispararam contra uma multidão que se manifestava contra sua presença em Bangui, a capital da República Centro-Africana, onde pelo menos nove pessoas foram mortas ontem em conflitos religiosos.
Manifestantes disseram que os chadianos mataram uma pessoa e feriram várias outras. O confronto é o mais recente sinal da crescente tensão entre a população majoritariamente cristã de Bangui e as forças do Chade, complicando os esforços internacionais para aplacar a violência.
Moradores acusam as tropas do Chade de tomarem partido em favor dos combatentes Seleka, que provocaram uma onda de saques, estupros e matanças depois de derrubarem o presidente François Bozizé, em março. Boa parte dos rebeldes Seleka é originária dos vizinhos Chade e Sudão.
Combates ocorreram em várias partes de Bangui entre homens armados do Seleka e milícias cristãs de autodefesa, chamadas de antibalaka. Um funcionário da Cruz Vermelha disse que pelo menos nove corpos haviam sido recolhidos ontem de ruas da cidade, situada à beira-rio.
3 mil
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 3 mil cidadãos de países como Canadá, Grã-Bretanha, Quênia e outros permanecem presos na região.
150 soldados norte-americanos serão mandados para Djibouti, um dos países no Chifre da África, para uma ajuda possível ao Sudão do Sul, segundo fontes da Reuters ligados ao governo dos EUA.
5,5 mil soldados de paz foram pedidos pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para Sudão do Sul, a fim de proteger os civis da violência que ameaça mergulhar o país mais jovem da África em uma guerra civil. Ban fez a recomendação para o aumento de dois terços do tamanho da força em uma carta ao Conselho de Segurança. Ele pediu também mais 423 policiais. Hoje, há cerca de 6,7 mil soldados da ONU e 670 policiais no Sudão do Sul.
O Pentágono informou ontem que o Comando dos Estados Unidos para a África está reposicionando suas forças. Os militares norte-americanos se preparam para a possibilidade de mais retiradas de cidadãos do país e de outras nacionalidades do Sudão do Sul, onde o conflito interno se intensificou.
"O comando de combate está reposicionando suas forças na região para garantir que tenhamos as condições necessárias para responder a qualquer requisição do Departamento de Estado", disse o coronel Steve Warren, porta-voz do Pentágono.
Warren não quis responder se tropas dos EUA serão enviadas para o Sudão do Sul onde cresce o temor de uma guerra civil aberta ou para outro lugar na região.
Três autoridades dos EUA, falando sob condição de anonimato, disseram que cerca de 150 marines serão enviados para Djibouti, no Chifre da África, um movimento que os permite ir para o Sudão do Sul mais rapidamente, se forem requisitados.
O governo do Sudão do Sul disse ontem que vai iniciar uma grande ofensiva para retomar duas cidades estratégicas sob controle de forças leais ao ex-vice-presidente Riek Machar.
No sábado, quatro soldados dos EUA foram feridos por tiros quando tentavam retirar cidadãos americanos da cidade sul-sudanesa de Bor. Um dia depois, um grupo de estrangeiros (que incluía americanos) foi removidos da mesma área, segundo o Departamento de Estado.
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ao Congresso em uma carta no fim de semana que "aproximadamente 46 militares dos EUA" tinham sido enviados por aviões no sábado para a retirada de norte-americanos.
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