O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que a crise em Paris parece ter sido resolvida, mas alertou para a contínua ameaça que o terrorismo representa. Em discurso durante um evento público no estado do Tennessee, Obama disse que oficiais de segurança e de inteligência americanos continuam em contato com funcionários franceses sobre as repercussões do "ataque ultrajante" em Paris.
"Estamos esperançosos de que a ameaça imediata foi resolvida agora graças à coragem e ao profissionalismo dos funcionários franceses presentes" disse Obama. "Mas o governo francês continua a enfrentar uma ameaça de terrorismo e tem de permanecer vigilante", acrescentou.
Obama ofereceu suas condolências às famílias das vítimas do atentado de quarta-feira. "Sofremos com vocês. Nós lutamos ao seu lado para defender os nossos valores", disse Obama. Esse valores e "esse clima irá durar para sempre, muito tempo depois de o flagelo do terrorismo ser banido do mundo", afirmou o presidente americano.
"A França é o nosso aliado mais antigo. Eu quero que o povo da França saiba que os EUA estão com vocês hoje e vão estar com vocês amanhã", disse Obama.
"Nas ruas de Paris o mundo viu, mais uma vez, o que os terroristas representam. Eles não têm nada para oferecer, apenas o ódio e sofrimento humano e nós lutamos por liberdade, esperança e dignidade de todos os seres humanos", acrescentou.
Compartilhamento
O violento ataque ao Charlie Hebdo destacou a importância da proposta sobre o compartilhamento de dados de companhias aéreas, que tem sido bloqueada por deputados europeus, afirmou ontem o atual presidente da Comissão Europeia, Donald Tusk.
Tusk disse aos jornalistas em Riga, capital da Lituânia, que vai pedir na próxima semana ao Parlamento Europeu que acelere os trabalhos referentes à proposta, segundo a qual a polícia e agências de inteligência teriam acesso a anos de informações sobre passageiros que viajam para e da União Europeia.
"Eu espero que isso possa nos ajudar a descobrir as viagens de pessoas perigosas. É muito importante", disse Tusk.
A Comissão Europeia, o braço executivo do bloco composto por 28 países, promove a medida como uma ferramenta para ajudar no combate a crimes graves e ao terrorismo, mas o Comitê de Liberdades Civis do Parlamento bloqueou a lei por temores a respeito de privacidade."O terror atingiu a Europa e não foi a primeira vez. A UE não pode fazer tudo, mas pode contribuir para fortalecer a segurança", disse Tusk.