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Algo está podre no mercado de mão-de-obra dos Estados Unidos.
Espantosos 6,9 milhões de empregos permaneciam vagos em 31 de janeiro. Enquanto isso, 40% das pequenas empresas estão lutando para encontrar funcionários e 18,2 milhões de norte-americanos estão recebendo seguro-desemprego, o que sugere que milhões de norte-americanos desempregados estão decidindo ficar em casa.
A razão é simples: benefícios de seguro-desemprego ultra-generosos aprovados na primeira legislação federal de “estímulo” sob o ex-presidente Trump, e agora continuados sob o presidente Biden até 4 de setembro de 2021, fazem com que ficar em casa com os benefícios renda mais do que um emprego para muitos trabalhadores.
De fato, com o suplemento original de US$ 600, 2 em cada 3 trabalhadores poderiam ganhar mais dinheiro - normalmente 33% mais - do que em seus empregos anteriores, criando um forte motivo para as pessoas não voltarem a trabalhar. Agora, com um suplemento de US$ 400, o desincentivo é diminuído um pouco, mas ainda está presente para muitos trabalhadores.
Ao mesmo tempo em que a nação luta para financiar déficits orçamentários recordes, os políticos decidiram incentivar milhões de norte-americanos a se sustentarem com a Previdência. Para piorar as coisas, senadores progressistas já estão exigindo outra rodada de estímulos contraproducentes que irão beneficiar ainda mais as grandes corporações e os grupos de interesse organizados às custas das pequenas empresas e dos americanos comuns que acabarão pagando a conta.
Em estados como a Califórnia, onde o desemprego era de 8,5% em fevereiro de 2021, os desempregados ainda podem receber alguns dos maiores subsídios de desemprego do país.
Os benefícios de desemprego do estado – um máximo de US$ 1.050 por semana no início da pandemia e US$ 750 por semana agora – pagam muito melhor do que o salário mínimo de US$ 13 por hora do estado (US$ 520 por semana de trabalho de 40 horas). Os trabalhadores que ficam em casa não são estúpidos. Por que trabalhar por US$ 13 por hora na Califórnia quando os benefícios de desemprego agora “pagam” US$ 18,75 por hora?
Portanto, não é surpresa que restaurantes e outras pequenas empresas estejam lutando para contratar. Por exemplo, quando o proprietário de um hotel 2 estrelas em San Diego, Elvin Lai, garantiu um empréstimo-ponte para manter seu negócio vivo e trazer os funcionários dispensados de volta ao trabalho, muitos recusaram, dizendo: “Por que preciso correr o risco trabalhando se posso ganhar mais em casa?”
É neste ambiente de trabalho – com 48% das pequenas empresas em risco de fechar para sempre e, portanto, muitas vezes sem condições de pagar salários mais altos – que as maiores empresas dos Estados Unidos, como Amazon, Best Buy e Target, aumentaram seus salários mínimos internos para US$ 15 por hora. A Amazon também fez lobby por um salário mínimo de US$ 15 para impor às pequenas empresas concorrentes dela. Eles claramente esperam levar à falência pequenos concorrentes locais e sustentar operações arriscadas, mas em crescimento, mantendo-se competitivos com os benefícios de desemprego recordes .
Portanto, enquanto a pandemia destruía as pequenas empresas, as grandes lojas de varejo e e-commerce da América prosperavam. Enquanto isso, as pequenas empresas, levadas à beira do colapso, muitas vezes sem culpa própria, não conseguiram acompanhar o ritmo.
Enquanto grandes corporações garantiam resgates financeiros e permaneciam abertas para negócios, enquanto o governo "Americano" escolheu os vencedores de "negócios essenciais" e os perdedores "não essenciais", as pequenas empresas enfrentaram restrições e despesas explosivas, agravando ainda mais a crescente divisão econômica da nação e minando ainda mais a fé numa sociedade cada vez menos baseada no mérito.
É óbvio que isso não é justo nem sustentável, mas o resultado dessa loucura não é outra rodada de resgates, estímulos ou elevar o desemprego, como solicita uma carta recente de 10 senadores progressistas ao presidente. Os pacotes de “estímulo” gigantescos trazem pouco benefício, ampliando os interesses concentrados dos "conectados" enquanto potencialmente estimulam uma inflação perigosa que recompensa devedores arriscados e pune poupadores prudentes e consumidores domésticos comuns.
As iniciativas federais de “estímulo” deram continuidade a esse precedente perigoso, elevando os benefícios do desemprego a níveis recordes e resgatando grandes corporações, deixando as pequenas empresas em uma desvantagem esmagadora.
As pequenas empresas não deveriam sofrer com outra rodada de estímulos. Em vez disso, precisamos acabar com o lockdown e a disseminação do medo que os políticos usaram para justificar assistências financeiras especiais, aumentos de benefícios, subsídios para si próprios e o poder de decidir quem permanece aberto e quem fecha.
Para dar às pequenas empresas norte-americanas uma chance de lutar e garantir os trabalhadores, os clientes e o capital de que precisam, devemos rejeitar os apelos por mais estímulos, acabar com os benefícios ampliados que estão mantendo milhões de trabalhadores em casa, e liberar totalmente a acorrentada economia dos EUA. Se algum dia vai ser de manhã nos Estados Unidos novamente, todos temos de voltar ao trabalho.
Kenneth Schrupp é um colaborador do Young Voices.