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O Departamento de Estado dos EUA exigiu que Cuba "respeite os direitos fundamentais" nesta terça-feira (12), após as autoridades cubanas terem proibido um protesto pacífico de opositores em novembro, e afirmou que a não autorização da passeata é "uma recordação" de que o povo cubano sofre "na luta pela liberdade".
O porta-voz da pasta, Ned Price, se pronunciou sobre o assunto na entrevista coletiva diária após ser perguntado a respeito da recusa de Cuba em permitir que ativistas da oposição realizassem uma grande manifestação pacífica em 15 de novembro em Havana e outras cidades.
"O que vimos com a proibição de um protesto pacífico é uma recordação de que é o povo cubano que está pagando caro na luta pela liberdade", argumentou.
Price negou que os EUA estejam por trás da manifestação e insistiu que o descontentamento em Cuba se deve "às aspirações não satisfeitas do povo cubano à liberdade, dignidade e prosperidade".
"É a liberdade de expressão, a liberdade de reunião pacífica, que o governo cubano negou ao seu povo", acrescentou.
As autoridades de Havana consideram a manifestação "uma provocação" que promove a "mudança de regime" em Cuba e argumentam que, de acordo com a Constituição de 2019, o "sistema socialista" que reina no país há mais de seis décadas é "irrevogável".
Membros da plataforma virtual de cidadãos Archipiélago solicitaram aos conselhos provinciais autorização para realizar uma "Passeata pacífica pela mudança" em 20 de novembro, mas a anteciparam para o dia 15 porque o governo convocou um desfile militar na data inicialmente prevista.
Em Havana, os organizadores esperavam que cerca de 5.000 pessoas participassem de uma passeata que começaria na avenida Malecón e terminaria em frente ao Capitólio Nacional, a sede da Assembleia Nacional (parlamento).
Em Cuba, os direitos à greve e à manifestação não são contemplados fora das instituições estatais, motivo pelo qual, se tivesse sido autorizada, a marcha de 15 de novembro criaria um precedente histórico.