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Os Estados Unidos exigiram nesta terça-feira (26) que o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, respeite o direito de todos os candidatos de concorrer às eleições presidenciais no país e expressaram preocupação com a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo chavismo, de impedir o registro da candidata opositora Corina Yoris, que substituiu a inabilitada María Corina Machado.
"Estamos trabalhando com outros membros da comunidade internacional para permitir que os venezuelanos possam participar de eleições inclusivas e competitivas, e pedimos aos representantes de Maduro que autorizem que todos os candidatos concorram", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
A plataforma majoritária de oposição da Venezuela tentou registrar Yoris como sua candidata à presidência depois de confirmada a inabilitação de Machado, que foi a grande vencedora das primárias opositoras realizadas no ano passado, mas disse que foi impedida pelas autoridades eleitorais nesta segunda-feira (25), que era o último dia para as inscrições.
Yoris, que é uma acadêmica de 80 anos, até agora nunca tinha atuado na política e não tem nenhum tipo de problema legal.
Jean-Pierre lembrou que os EUA estão “comprometidos” em manter o alívio das sanções colocadas em prática nos últimos meses se o regime de Maduro se “mantiver firme” nos compromissos delineados no roteiro eleitoral definido em pelo Acordo de Barbados.
Em outubro do ano passado, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), coalizão opositora, e representantes do regime de Caracas assinaram em Barbados um acordo no qual os chavistas se comprometeram a realizar eleições “livres e justas”.
Isso permitiu que os EUA relaxassem algumas das sanções que haviam imposto contra o país.
O governo de Joe Biden tem avisado nos últimos meses que monitoraria de perto o cumprimento dos compromissos assumidos pela ditadura venezuelana.
Além da não inclusão de Yoris, o partido Vamos Venezuela (VV), liderado por Machado, denunciou no sábado (23) que não sabe o paradeiro de Emill Brandt, Henry Alviarez e Dignora Hernández, três dos sete membros da legenda que foram presos nos últimos dois meses, acusados pelo Ministério Público, ligado ao chavismo, de supostas ligações com conspirações contra Maduro. (Com Agência EFE)
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