Os Estados Unidos farão o que for necessário para impedir que o Irã obtenha armas nucleares, disse nesta quarta-feira (20), em Jerusalém o presidente americano, Barack Obama. Em entrevista coletiva, ele reconheceu o direito de Israel a defender-se por seus próprios meios.
Obama ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, após uma reunião na qual também participaram conselheiros e altos comandantes.
O programa nuclear do Irã, eixo da agenda da primeira viagem de Obama a Israel como presidente, esteve no centro das reuniões com Netanyahu e o presidente israelense, Shimon Peres, que publicamente disseram haver-se "convencido" da determinação americana.
"Estou convencido que o presidente Obama não o permitirá", disse o primeiro-ministro israelense, que no ano passado viu a Casa Branca frear suas intenções militares para dar tempo a que as engrenagens da diplomacia pudessem resolver o problema.
Para Obama, "a diplomacia é a melhor solução para todos", mas o Irã deve "cumprir suas obrigações internacionais" ou caso contrário a comunidade internacional irá "aumentar a pressão".
"Não temos uma política de contenção, é uma prevenção", destacou ao responder a pergunta se "a liderança iraniana saberá aproveitar a oportunidade enquanto ainda há tempo".
Por sua parte, Netanyahu opinou que "a diplomacia não produziu resultados" até agora porque para fazê-lo "deve estar respaldada com uma ameaça concreta de intervenção militar", opção que, por parte dos EUA, segundo comentaristas israelenses, lhe pôde ter sido concretizada em particular por Obama como voto de confiança para que não empreenda uma ação unilateral nos próximos meses.
Uma decisão que o presidente americano pediu para ser avaliada cuidadosamente, mas que aprovou no "direito legítimo de Israel à autodefesa".
"Definitivamente, Israel não está na mesma posição que os Estados Unidos (frente a esta ameaça)", considerou, e "como líderes nossa primeira obrigação é a segurança de nossos povos".
Nesse sentido, o primeiro-ministro comparou as ameaças de Teerã de "apagar Israel de mapa" com o Holocausto judeu nas mãos dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, mas ressaltou que a grande diferença é que "agora temos o direito e a capacidade de defender-nos".