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Guerra

EUA finalizam retirada do Iraque

Comboio das forças norte-americanas se aproxima da divisão do Iraque com o Kuwait. Retirada  do território iraquiano ocorre nove anos após a invasão do país para derrubar o ditador Saddam Hussein | Lucas Jackson/ AFP
Comboio das forças norte-americanas se aproxima da divisão do Iraque com o Kuwait. Retirada do território iraquiano ocorre nove anos após a invasão do país para derrubar o ditador Saddam Hussein (Foto: Lucas Jackson/ AFP)

Os últimos soldados norte-americanos no Iraque deixaram ontem o país, encerrando uma missão que durou quase nove anos e deixou pelo menos 119 mil mortos. Um comboio de 110 veículos carregando cerca de 500 militares dos EUA cruzou a fronteira do Kuwait pouco depois do amanhecer, no último ato do processo de retirada norte-americana.

A saída ocorreu três dias após uma cerimônia em Bagdá, na qual a bandeira dos EUA foi descida e encaixotada, na presença do secretário de Defesa, Leon Panetta.

A retirada ocorreu dentro do prazo acordado entre Washington e Bagdá, que estipulava a data limite de 31 de dezembro. Ficarão no Iraque cerca de 150 militares americanos responsáveis pela segurança da embaixada dos EUA e pela coordenação com as forças de segurança iraquianas.

Em 2007, no auge da guerra contra grupos insurgentes, os EUA chegaram a ter mais de 170 mil soldados espalhados por 55 bases através do território iraquiano.

O fim da presença militar no Iraque era uma promessa de campanha do presidente Barack Obama, eleito em 2008, que ontem divulgou mensagem homenageando "o sacrifício de milhões de homens e mulheres".

Obama era senador estadual em Illinois quando se opôs à ofensiva, em março de 2003, do presidente George Bush e líderes aliados contra o Iraque de Saddam Hussein sob o pretexto, que se revelou falso, de que Bagdá tinha armas de destruição em massa.

Saddam foi varrido do poder em duas semanas, mas a queda do ditador mergulhou o Iraque num cenário de caos e guerra sectária entre diversas facções.

O conflito matou cerca de 4,5 mil soldados norte-americanos e mais de 100 mil iraquianos, a maioria civis. A guerra custou mais de US$ 800 bilhões aos co­­fres dos Estados Unidos.

Instabilidade

Os EUA deixam para trás um país economicamente devastado e com níveis de violência inferiores aos do pico da tensão sectária de anos atrás, mas ainda sujeito a ataques de grupos armados. A instabilidade também atinge a política. O governo iraquiano é formado por uma coalizão fragmentada entre grupos que nutrem desconfiança um pelo outro.

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