Vários diplomatas dos Estados Unidos e a própria embaixadora em Moscou, Lynne Tracy, fizeram contato com autoridades da Rússia durante o motim do grupo mercenário Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin.
Em entrevista coletiva concedida na segunda-feira (26), o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, afirmou que os EUA queriam garantir que as autoridades russas protegeriam seus funcionários da área de diplomacia, se fosse necessário.
Os EUA garantiram a seus interlocutores russos que não estavam envolvidos na tentativa de revolta por entenderem que se tratava de "um assunto interno da Rússia", de acordo com ele.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, confirmou esses contatos.
Miller ressaltou que as implicações do que aconteceu no fim de semana na Rússia ainda não estão claras e que não se sabe o que vai acontecer com o grupo Wagner e seu envolvimento na invasão da Ucrânia ordenada pelo Kremlin.
O porta-voz do Departamento de Estado admitiu que é "um passo significativo" — e algo que nunca foi visto antes — o fato de Prigozhin ter dito que a decisão da Rússia de invadir a Ucrânia foi "baseada em uma mentira".
Miller enfatizou, no entanto, que os EUA continuarão a tomar medidas para garantir que os membros do grupo Wagner sejam responsabilizados por suas ações tanto na Ucrânia quanto na África, onde está presente em vários países.
O presidente dos EUA, Joe Biden, declarou que estava em contato com aliados "importantes" do país para coordenar sua resposta e garantir que o presidente russo, Vladimir Putin, não os culpasse pelo que aconteceu.
Ele também disse que conversou no domingo (25) com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e que pode falar com ele novamente hoje para "garantir" que ambos tenham a mesma posição sobre a questão.
Prigozhin enfatizou na segunda-feira, em suas primeiras declarações após o motim fracassado, que só buscava "salvar" a empresa militar privada do desaparecimento, e não derrubar Putin ou o governo do país.
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