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O governo Obama pretende completar o escudo antimísseis destinado a proteger aliados europeus contra o Irã, "goste a Rússia ou não", disse na sexta-feira o embaixador norte-americano junto à Otan.

As objeções de Moscou ao projeto, que conta com a participação de Romênia, Polônia, Turquia e Espanha, "não serão a força motriz no que fazemos", disse o embaixador Ivo Daalder a jornalistas.

Os EUA estimam que a ameaça representada pelos mísseis balísticos iranianos aumentou desde que, há dois anos, o presidente Barack Obama apresentou um novo projeto de defesa antimísseis, organizado em quatro etapas, com o objetivo de proteger o território norte-americano e seus aliados europeus, segundo Daalder.

A ameaça iraniana, disse o diplomata, "está se acelerando, e se tornando mais severa do que sequer imaginávamos há dois anos".

"Estamos mobilizando todas as quatro fases, a fim de lidar com essa ameaça, goste a Rússia ou não", acrescentou ele, insistindo que o sistema não representa uma ameaça para os russos.

O diplomata disse também que, se a ameaça iraniana diminuir, "talvez o sistema seja adaptado para essa menor ameaça".

Obama agradou o Kremlin em 2009 ao cancelar o plano do seu antecessor, George W. Bush, para um escudo antimísseis que teria radares na República Tcheca e interceptadores de mísseis na Polônia. Moscou se queixava da presença desse aparato nos arredores da sua esfera de influência.

Mas agora Moscou diz que a nova versão, usando interceptadores em terra e em navios, poderia abalar o equilíbrio regional se forem realizadas melhorias que tornem os interceptadores capazes de neutralizar o arsenal nuclear dissuasivo da Rússia.

Washington e a Otan já convidaram a Rússia a participar de alguns aspectos do projeto, incluindo um sistema conjunto de alerta. Antes de aceitar tal cooperação, Moscou exige uma promessa formal dos EUA de que as forças nucleares russas não serão alvo do sistema.

Na quarta-feira, o presidente russo, Dmitry Medvedev, disse que a manutenção do impasse poderá induzir seu país a modernizar um sistema de radares destinado a proteger as instalações de mísseis nucleares do país, a mobilizar armas capazes de superar o escudo antimísseis, e possivelmente a colocar sob seu alvo as instalações de defesa antimísseis que existirem ao sul e a oeste do território russo.

Como a Otan continua ignorando as preocupações russas, o embaixador de Moscou junto à Otan, Dmitry Rogozin, declarou nesta semana que a Rússia pode rever a autorização para que seu território seja usado como parte das rotas de suprimento para as forças ocidentais no Afeganistão.

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