Aumentando a pressão contra o programa nuclear iraniano, a secretária de Defesa americana, Condoleezza Rice, e o secretário do Tesouro, Henry Paulson, anunciaram nesta quinta-feira novas sanções econômicas contra organizações militares, bancos e cidadãos iranianos acusados de financiar, direta ou indiretamente, a produção de armas de destruição em massa. De acordo com uma autoridade de alto escalão, Washington impôs sanções a mais de 20 indivíduos e organizações, entre elas o Ministério da Defesa, a Guarda Revolucionária do Irã e a força de elite Qods.
- Isso significa que nenhum cidadão dos Estados Unidos ou organização privada terá permissão para se envolver em transações financeiras com essas pessoas e entidades - disse Condoleezza. - Além disso, qualquer investimento que tiverem sob jurisdição dos EUA será imediatamente congelado.
Essa é a primeira vez que os EUA adotam medidas punitivas do tipo contra um órgão militar de outro país contrariando a vontade de aliados - a Rússia, por exemplo, acredita que apenas o diálogo, e não mais punições ou uma investida militar, conseguirá solucionar o atual impasse com o Irã. Os EUA classificaram a Guarda Revolucionária iraniana como um proliferador de armas de destruição em massa e a força Qods como um apoiador de terrorismo.
O governo iraniano afirma que seu programa nuclear tem objetivos pacíficos, ao contrário do que alegam as forças ocidentais. No mês passado, representantes das grandes potências anunciaram que vão dar prosseguimento às sanções caso um relatório a ser divulgado em novembro não mostre progressos positivos no diálogo com o Irã sobre seu programa nuclear.
Agora, as novas medidas adotadas agora pelos EUA foram anunciadas num encontro entre Rice e chanceleres de outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas ( Grã-Bretanha, China, França e Rússia), além do chanceler alemão e do alto-comissário da União Européia, Javier Solana. O Conselho de Segurança já impôs sanções ao Irã por sua recusa a suspender seu programa nuclear.