Os Estados Unidos aplicaram sanções nesta quarta-feira (19) contra três juízes da Nicarágua por terem tirado a cidadania de mais de 300 opositores do ditador do país centro-americano, Daniel Ortega.
Entre os que perderam a cidadania, estão 222 prisioneiros políticos que foram banidos do país e enviados aos EUA em fevereiro, incluindo figuras proeminentes da oposição, como Felix Maradiaga e Juan Sebastian Chamorro.
O juiz Octavio Rothschuh, do Primeiro Tribunal de Apelação Criminal de Manágua, o juiz Ernesto Rodríguez, do Tribunal de Apelação de Manágua, e a juíza Nadia Tardencilla, do Segundo Tribunal Distrital de Primeira Instância de Manágua, foram alvos das sanções aplicadas pelo Departamento do Tesouro americano.
“Vamos continuar a usar os instrumentos diplomáticos e econômicos à nossa disposição para assegurar a responsabilidade pelos abusos do regime Ortega-Murillo”, advertiu o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em comunicado.
O chefe da diplomacia americana também exigiu que o governo de Ortega “liberte imediata e incondicionalmente” o bispo Rolando Álvarez, que se recusou a ser banido de seu país em fevereiro.
Segundo o Departamento do Tesouro americano, Rothschuh anunciou a decisão de banir os 222 prisioneiros nicaraguenses; Rodríguez retirou a nacionalidade de outros 94, incluindo jornalistas, ativistas e clérigos; e Tardencilla tirou a nacionalidade do bispo Álvarez, após condená-lo por traição.
“O regime de Ortega continua a se envolver em ações antidemocráticas, perseguindo figuras com mais voz dentro da oposição na Nicarágua, inclusive através de seu sistema judicial”, denunciou Brian Nelson, subsecretário do Tesouro para o Terrorismo e Inteligência Financeira.
Como resultado da ação desta quarta-feira, todas as propriedades nos EUA dos sancionados estão bloqueadas e as transações econômicas e comerciais com eles ficam proibidas.