O governo dos Estados Unidos incluiu em sua lista de organizações terroristas os dois principais grupos da dissidência da extinta guerrilha colombiana das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc): os liderados por Luciano Marín Arango, conhecido como Iván Márquez, e Miguel Botache Santillana, apelidado de Gentil Duarte.
Em declarações a um reduzido grupo de jornalistas, um funcionário do governo americano informou em condição de anonimato que a gestão do presidente Joe Biden notificou o Congresso na terça-feira (23) sobre a intenção de retirar as Farc da lista e incluir suas dissidências.
Como resultado da inclusão destes dois grupos na lista de terroristas dos EUA, os seus líderes continuarão proibidos de entrar nos Estados Unidos e o seu acesso ao sistema financeiro internacional baseado no dólar será restringido, entre outras ações punitivas.
Além disso, de acordo com o funcionário, Washington manterá as sanções econômicas já impostas a Hugo Armando Carvajal Barrios, ex-diretor dos serviços secretos militares venezuelanos, atualmente detido na Espanha e procurado pelos EUA por crimes de tráfico de drogas relacionados com as Farc.
Também continuarão sendo sancionados o governador do estado venezuelano de Trujillo, o chavista Henry Rangel Silva, e Amílcar Figueroa, que foi presidente do Parlamento Latino-Americano, ambos acusados por Washington de ajudar as agora extintas Farc no tráfico de drogas e de armas.
A gestão americana notificou o governo colombiano na quarta-feira (24) das alterações que tinha feito na lista de organizações terroristas, disse o funcionário.
Na terça-feira, vazou à imprensa que Biden decidiu retirar as Farc da lista de grupos terroristas, na qual foi incluída em 1997, e notificou o Congresso sobre a intenção. Ainda não se sabia que esta notificação incluía também a decisão de Washington de incluir os blocos dissidentes de Iván Márquez e Gentil Duarte.
As alterações do governo de Biden à lista de organizações terroristas deverão entrar oficialmente em vigor no final de novembro ou início de dezembro, disse o funcionário.
Esta quarta-feira marca o quinto aniversário do acordo de paz assinado em 24 de novembro de 2016 entre o governo colombiano - então presidido por Juan Manuel Santos - e as agora desmobilizadas Farc.
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