Promotores públicos federais dos EUA apresentaram nesta terça-feira acusações formais contra um cidadão americano suspeito de planejar um ataque com uma bomba suja (com explosivos mesclados a material radioativo). Jose Padilla estava preso há mais de 10 anos numa instalação militar da Carolina do Norte, e somente agora está sendo indiciado. As acusações são de conspiração para cometer assassinato e ajudar terroristas.

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Padilla, de 34 anos, nascido no Brooklyn, em Nova York, ex-integrante de uma gangue e preso duas vezes antes, é convertido ao islamismo e é suspeito de conspirar com a Al-Qaeda para detonação de uma bomba suja em território americano.

Ele mudou-se para o Egito em 1998, após sua conversão, desde a qual adotou o nome de Abdullah al-Muhajir. Padilla teria sido recrutado para a Al-Qaeda durante uma peregtinação a Meca.

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Ele é acusado de ter recebido treinamento militar em campos da Al-Qaeda no Afeganistão e, segundo o Departamento de Justiça, disse ter travado contatos com o então chefe militar da Al-Qaeda, Mohamed Atef, e com Abu Zubaydah, um suposto chefe de operações atualmente preso. Com Atef, que está morto, teria conversado sobre um plano para explodir apartamentos. Com Zubaydah, ele teria falado sobre o roubo de material radioavivo para ser usado na bomba suja.

Padilla foi preso no Aeroporto Internacional de O'Hare, em Chicago, depois de ter sido seguido, desde o Paquistão, por agentes do FBI. Ele foi detido como testemunha material e transferido para Nova York.

Quando sua detenção foi questionada na Justiça, o presidente George W. Bush disse que ele era uma ameaça grave, havia sido declarado combatente inimigo e entregue ao smilitares.

A condição de "combatente inimigo" vinha permitindo a Washington mantê-lo preso sem acusação formal e negar-lhe julgamento num tribunal civil.

Os promotores apresentaram, numa corte distrital de Miami, 11 acusações contra Padilla, num processo que inclui outros quatro suspeitos.

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"Os réus, com outros indivíduos, operaram e participaram de uma célula americana de apoio para envio de dinheiro, bens e recrutas mujahideen (combatentes da guerra santa) para conflitos no estrangeiro, com o propósito de empreender uma violenta jihad", dizem os promotores no indiciamento.