Teer㠖 A resposta do Irã ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – mostrando disposição para "negociações sérias" sobre seu programa nuclear – ficou aquém das exigências dos Estados Unidos. A avaliação foi confirmada ontem por Washington.

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A principal cobrança dos EUA não deve ser atendida: a interrupção das atividades de enriquecimento de urânio. Com isso, o governo norte-americano começou a estudar os próximos passos na estratégia de pressão sobre Teerã. A opção mais provável é que a Casa Branca tente convencer países aliados a aprovar uma resolução impondo sanções aos iranianos.

O Irã, apesar de ter as maiores reservas de petróleo do mundo, importa quase metade da gasolina consumida internamente, o que mostra fragilidade e dependência externa. O quadro dá inúmeras opções aos defensores de sanções.

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As autoridades não quiseram entrar em detalhes sobre que tipo de punição têm em mente, segundo o jornal The New York Times. Mas as opções vão de sanções econômicas ou políticas a restrições no comércio internacional.

O governo iraniano enviou por escrito, na segunda-feira, a sua resposta a um pacote de benefícios econômicos e tecnológicos oferecidos por seis potências mundiais (EUA, China, Rússia, França, Alemanha e França), integrantes do Conselho de Segurança. O texto não foi divulgado publicamente. Apenas se informou que o Irã propôs manter "negociações sérias" sobre seu programa nuclear, mas não concordou em interromper o enriquecimento de urânio.

O Irã garante ter oferecido sinais claros e positivos para resolver a crise sobre seu programa nuclear.

A oferta de benefícios tinha como contrapartida a exigência de que o Irã suspenda, até o dia 31 deste mês, o enriquecimento de urânio, atividade que tanto pode servir para fins pacíficos como militares, com a fabricação de bombas atômicas. O Irã alega que só pretende usar o material em usinas de energia nuclear, mas as potências suspeitam que o país tenha um programa secreto para produzir armas nucleares.

Como os EUA não rejeitaram de imediato a resposta iraniana, e adotaram um tom cauteloso no comunicado, pode ser que tenham interpretado a posição do Irã como uma base para conversações, disseram analistas políticos em Washington.

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O governo francês reagiu com mais firmeza. O chanceler Philippe Douste-Blazy afirmou que o Irã tem de suspender o enriquecimento de urânio se quiser retornar às negociações. China e Rússia deram ênfase no diálogo e soluções negociadas.

Se os EUA insistirem na imposição de sanções ao Irã encontrarão forte resistência entre os membros permanentes do Conselho de Segurança (países com poder de veto), especialmente da China e Rússia, que mantêm boas relações comerciais com os iranianos.

O pacote de incentivos oferecido ao Irã também não foi divulgado publicamente, embora alguns aspectos tenham vazado para a imprensa. Essa oferta incluiria tecnologia nuclear para construção de reatores para uso pacífico e a suspensão da proibição, dos EUA, de a Boeing vender aviões ou peças de reposição ao Irã. Por causa do embargo norte-americano ao Irã, imposto depois da Revolução Islâmica, a frota iraniana está obsoleta.

O Irã alega que os EUA não têm argumentos para impor sanções contra o país, uma vez que outros países como Israel mantêm armas atômicas e não sofrem a mesma pressão internacional. Por outro lado, o país é signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, mas não vem permitindo que suas instalações nucleares sejam visitadas por especialistas das Nações Unidas, como prevê o acordo.