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EUA investiga possível espionagem chinesa através de equipamentos da Huawei

Fotografia do dia 29 de maio de 2019 mostra o logotipo da chinesa Huawei durante o evento "5G IS ON", em Madrid (Espanha). (Foto: EFE/Emilio Naranjo)

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O governo dos Estados Unidos está investigando a fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações Huawei, segundo noticiou a agência de notícias Reuters. A preocupação do país é que torres de celular dos EUA equipadas com aparelhos da empresa chinesa possam capturar informações confidenciais de bases militares e silos de mísseis e transmiti-las para a China.

Brendan Carr, um dos cinco comissários da Comissão Federal de Telecomunicações dos EUA, disse que as torres de telefonia celular ao redor da Base Aérea de Malmstrom, em Montana — uma das três que supervisionam campos de mísseis nos Estados Unidos — funcionam com tecnologia Huawei. Em entrevista nesta semana, ele disse à Reuters que existe o risco de que dados de smartphones obtidos pela Huawei possam revelar movimentos de tropas perto dos locais.

A Reuters não conseguiu determinar a localização exata dos equipamentos da empresa chinesa operando perto de instalações militares. Mas pessoas entrevistadas pela agência de notícias apontaram pelo menos dois outros casos prováveis ​​em Nebraska e Wyoming. As fontes da Reuters pediram anonimato porque a investigação é confidencial e envolve segurança nacional, mas a agência afirma que teve acesso a um documento de dez páginas.

O Departamento de Comércio dos EUA abriu as investigações no começo do ano passado. "Proteger a segurança e a segurança dos cidadãos dos EUA contra a coleta de informações malignas é vital para proteger nossa economia e segurança nacional”, informou a pasta, de acordo com a Reuters, ressaltando que não pode dar mais detalhes. A Huawei, por sua vez, não quis comentar o assunto, mas negou as alegações do governo americano.

Sem responder especificamente sobre o assunto, a embaixada chinesa em Washington declarou por e-mail: "O governo dos EUA abusa do conceito de segurança nacional e do poder do Estado para fazer de tudo para suprimir a Huawei e outras empresas de telecomunicações chinesas sem fornecer nenhuma prova sólida de que constituem uma ameaça à segurança dos EUA e de outros países".

A empresa já recebeu uma série de sanções do governo dos Estados Unidos. Desta vez, se o Departamento de Comércio determinar que a Huawei representa uma ameaça à segurança nacional, as restrições podem ir além das já impostas pela Comissão Federal de Telecomunicações.

Dependendo das conclusões dos investigadores, será possível proibir todas as transações do país com a Huawei, exigindo que as operadoras de telecomunicações que ainda dependem de seus equipamentos o removam imediatamente.

A agência de notícias não conseguiu confirmar se o equipamento da Huawei é capaz de coletar informações e fornecê-las à China, mas conversou com especialistas que apontam para a grande possibilidade de que isso seja feito.

"Se você pode colocar um receptor em uma torre de celular, pode também coletar sinais e isso significa que pode obter inteligência. Nenhuma agência de inteligência deixaria passar uma oportunidade como essa", disse à Reuters Jim Lewis, especialista em tecnologia e segurança cibernética do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, em inglês), um think tank com sede em Washington.

Um artigo publicado por Jimmy Quinn na National Review e traduzido pela Gazeta do Povo trata do novo foco da empresa chinesa, de se tornar líder mundial em tecnologia de espionagem, com potencial para ser implantada no mundo todo. Segundo Quinn, o lançamento da nova unidade de negócio "desmente as relações públicas da Huawei e as campanhas de lobby que se esforçam para esconder a noção bem fundamentada de que a empresa é leal ao Partido Comunista Chinês".

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