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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação para apurar responsabilidades pela quebra do Silicon Valley Bank (SVB), um dos maiores colapsos bancários da história do país, segundo informou nesta terça-feira (14) a imprensa local.
Fontes do Departamento de Justiça e da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) citadas pela imprensa americana indicam que as investigações estão em sua fase inicial.
A investigação deve focar em dois gerentes seniores do SVB, o CEO Greg W. Becker e o diretor financeiro Daniel Beck, por venderem ações do banco apenas uma semana antes de seu colapso, de acordo com informações do The Wall Street Journal.
Com uma base de clientes pouco diversificada e altamente interconectada, o banco sofreu uma vertiginosa fuga de depósitos que na sexta-feira forçou os reguladores a intervir e fechar o banco para limitar os danos.
O pânico se espalhou para outras instituições e no domingo também atingiu em cheio o Signature Bank, com sede em Nova York, que nos últimos anos vinha fazendo uma aposta significativa no setor de criptomoedas.
Depois de assumir o controle do SVB na sexta-feira e tentar vendê-lo a outro banco sem sucesso, os reguladores dos EUA optaram no domingo por garantir todos os depósitos mantidos por ambos os bancos, além do limite padrão de US$ 250 mil por cliente, a fim de conter o pânico e permitir que as empresas afetadas possam continuar operando.
A intervenção das autoridades gerou um forte debate nos Estados Unidos sobre se isso constitui ou não um novo resgate bancário, como ocorreu na crise de 2008.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na segunda-feira (13) que os gestores responsáveis por esta crise perderão seus empregos e os investidores não serão protegidos: “Eles se arriscaram conscientemente e, quando o risco falha, os investidores perdem seu dinheiro. É assim que funciona o capitalismo”.
Agência de risco acende o alerta
A agência de medição de riscos Moody's rebaixou nesta terça-feira a classificação de todo o sistema bancário dos Estados Unidos de estável para negativa devido a um “ambiente operacional em rápida deterioração”.
“Mudamos nossa perspectiva sobre o sistema bancário dos EUA de estável para negativa para refletir a rápida deterioração do ambiente operacional após as retiradas de depósitos no Silicon Valley Bank, do Silvergate Bank e do Signature Bank e as falências do SVB e do SNY”, enfatizou a Moody's em um relatório.
Apesar do rebaixamento pela Moody's, as ações dos bancos subiam na terça-feira em Wall Street, enquanto o setor financeiro como um todo registrava alta de 1,92% no meio da sessão.
Na segunda-feira, a Moody's já havia colocado os ratings de crédito de longo prazo do First Republic Bank, do Intrust Financial, do UMB, do Zions Bancorp, do Western Alliance e do Comerica em revisão para rebaixamento.