Promotores federais investigam se a empresa de segurança norte-americana Blackwater transportou sem licença armas automáticas e equipamentos militares para o Iraque, divulgou um jornal neste sábado.

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Dois ex-empregados da Blackwater se declararam culpados de portar armas ilegais num tribunal em Greenville, na Carolina do Norte, e estão cooperando com as investigações, publicou o The News & Observer of Raleigh, jornal da Carolina do Norte.

A Blackwater, com base na Carolina do Norte, emprega mil agentes de segurança na proteção da missão diplomática norte-americana no Iraque.

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Para publicar a matéria sobre a investigação na Blackwater, o jornal teve como base duas fontes anônimas.

O diário também divulgou que os promotores investigam se a empresa tem licenças para dezenas de armas automáticas usadas por ela em treinamento nos Estados Unidos.

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, tem sugerido que a embaixada dos Estados Unidos deixe de usar a Blackwater, desde domingo, quando uma ação de agentes da empresa resultou em 11 mortos. Na ocasião, a companhia protegia um comboio diplomático em Bagdá. A investigação dos promotores nos Estados Unidos, contudo, teria começado bem antes desse incidente.

O jornal The Washington Post relatou também neste sábado que a investigação do governo iraquiano sobre os acontecimentos do último domingo se ampliou e agora inclui alegações sobre o envolvimento da Blackwater em seis outros incidentes violentos neste ano, que deixaram pelos menos dez iraquianos mortos, entre eles um jornalista.

O jornal da capital norte-americana citou como fonte da sua matéria um porta-voz do Ministério do Interior do Iraque.

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Na sexta-feira, o Departamento de Estado declarou que avaliaria o uso de empresas privadas de segurança para proteger os seus diplomatas no Iraque.

O tema do suposto contrabando de armas por uma empresa de segurança havia aparecido durante a semana, numa carta de um parlamentar norte-americano influente, o democrata Henry Waxman, para Howard Krongard, inspetor-geral do Departamento de Estado.

Waxman acusou Krongard de interferir nas investigações sobre fraudes e abusos no Iraque e no Afeganistão.

"Você impediu os esforços de investigação sobre as alegações de que uma grande empresa de segurança estaria contrabandeando armas para o Iraque", dizia a carta de Waxman para Krongard, datada de 18 de setembro. A carta não dava nomes à empresa.

Os dois ex-empregados da Blackwater que se declararam culpados num tribunal, segundo o jornal News & Observer, são Kenneth Wayne Cashwell e William Ellsworth "Max" Grumiaux. Os dois teriam se declarado culpados de portar armas de fogo roubadas. A sentença, no entanto, foi adiada, por causa da colaboração deles com a investigação.

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Procurado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos não se pronunciou imediatamente sobre o caso.