Washington (AFP) Os Estados Unidos consideram inevitável a chegada de aves migratórias infectadas com o vírus H5N1 da gripe aviária e estão tomando medidas para minimizar os riscos de uma pandemia entre os seres humanos, revelaram especialistas ao Congresso. O vírus já teria chegado às Bahamas, a 800 quilômetros dos EUA. O governo local nega.
"Devemos esperar a chegada aos Estados Unidos de uma ave infectada com este vírus e o governo federal toma as medidas para se preparar o melhor possível" para essa eventualidade, assegurou ontem Julie Gerberding, diretora do Centro Federal de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), diante dos parlamentares.
Além do fato de que a epizootia "se propaga de forma acelerada num número crescente de países", Gerberding destacou que "o vírus (H5N1) evoluiu e a cepa inicial originária do Vietnã é geneticamente diferente da que infecta as aves na Europa". "Enfrentamos um vírus da gripe aviária que não é passageiro, é altamente patogênico, e contra o qual nenhum humano tem um sistema imunológico natural", acrescentou Gerberding, ao qualificar a situação atual como "não muito boa".
Para tentar conter a epizootia e uma possível pandemia, a estratégia do governo americano consiste "numa estreita colaboração com a comunidade internacional", insistiu. "Esta estratégia baseia-se no princípio segundo o qual uma ameaça que apareça em qualquer parte do planeta é uma ameaça para os Estados Unidos" e, por isto, o país deve estabelecer uma rede de vigilância para detectar rapidamente o risco e intervir com rapidez, prosseguiu a diretora do CDC. O CDC tem escritórios técnicos em 45 países e 18 plataformas regionais no mundo.
Gatos
Na Alemanha, a comprovação de que o H5N1 matou um gato provocou abandono de animais de estimação. A Sociedade Protetora dos Animais alemã já recebeu centenas de gatos deixados por donos amedrontados pela gripe aviária. Autoridades de saúde dizem que a reação é exagerada, uma vez que o risco de contágio é pequeno.