O secretário norte-americano de Estado, John Kerry, qualificou como "inaceitável sob qualquer padrão" as ameaças norte-coreanas das últimas semanas sobre uma guerra nuclear e disse que os Estados Unidos jamais irão tolerar que o misterioso país comunista se torne uma potência nuclear.
Falando a jornalistas após reunião com a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, e com comandantes da força norte-americana de 28 mil militares presente na Coreia do Sul, o secretário prometeu defender os aliados na região quando for necessário.
"A retórica que estamos escutando da Coreia do Norte é simplesmente inaceitável por qualquer padrão", disse Kerry. "Estamos todos unidos no fato de que a Coreia do Norte não será aceita como uma potência nuclear".
A Coreia do Norte elevou o tom da sua retórica depois de sofrer, em fevereiro, uma nova rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) por causa do seu terceiro teste com armas nucleares.
A visita de Kerry a Seul coincide com os preparativos, na próxima semana, do aniversário de nascimento do falecido fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, o que pode ser um pretexto para que Pyongyang faça uma nova demonstração de força. Especula-se que a Coreia do Norte poderia testar um míssil de médio alcance, mas Kerry disse que isso seria "um enorme erro".
Ele afirmou também que a China, única aliada relevante de Pyongyang, tem a capacidade de influenciar positivamente as políticas norte-coreanas e contribuir com os esforços para pressionar aquele país a abandonar suas ambições nucleares.
Horas antes da chegada de Kerry à Coreia do Sul, um parlamentar dos Estados Unidos divulgou uma avaliação da Agência de Inteligência de Defesa dando conta de que a Coreia do Norte pode já possuir uma arma nuclear adequada para o lançamento em um míssil balístico.
Mas outros funcionários dos Estados Unidos e da Coreia do Sul prontamente rejeitaram essa avaliação. Questionando sobre a iminência de um conflito armado, um funcionário norte-americano em Seul respondeu: "De forma nenhuma".
A maior preocupação dos EUA, segundo essa fonte, é a possibilidade de alguma atitude inesperada por parte do líder norte-coreano Kim Jong-un, de 30 anos.
"A juventude e inexperiência de Kim Jong-un o tornam muito vulnerável a um erro de cálculo. Nossa maior preocupação é um erro de cálculo e aonde isso pode levar", disse o funcionário, pedindo anonimato.
Kerry também visitará China e Japão, em uma tentativa de conter as ambições nucleares da Coreia do Norte.
O porta-voz do Partido dos Trabalhadores norte-coreano, Rodong Sinmun, disse que o governo nunca abandonará seu programa nuclear.
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