Os Estados Unidos lançaram um ataque aéreo na Síria nesta quinta-feira (25) contra instalações usadas por milícias apoiadas pelo Irã próximas à fronteira com o Iraque, informou o Pentágono.
O bombardeio foi autorizado pelo presidente americano Joe Biden como resposta aos recentes ataques contra pessoal dos EUA e da coalizão e a atuais ameaças contra esse pessoal, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em comunicado.
Um ataque de foguetes contra o complexo militar localizado no aeroporto de Erbil, no norte do Iraque, deixou um civil americano morto e pelo menos outras seis pessoas feridas duas semanas atrás. A base militar abriga, desde 2014, tropas americanas e da coalização que atuam para combater o Estado Islâmico na região. Um grupo militante obscuro chamado Awliya al-Dam (Guardiões do Sangue) assumiu a autoria do atentado.
O Observatório da Síria para Direitos Humanos afirmou que 17 combatentes pró-Irã morreram no ataque desta noite, segundo a AFP.
Ainda segundo o comunicado do Pentágono, a ofensiva militar "proporcional", que foi coordenada com medidas diplomáticas e executada após consulta a parceiros da coalizão, destruiu instalações localizadas em um ponto de controle na fronteira usado por grupos militantes, incluindo o Kait'ib Hezbollah e o Kait'ib Sayyid al-Shuhada.
"A operação envia uma mensagem clara: o presidente Biden atuará para proteger o pessoal americano e da coalizão. Ao mesmo tempo, nós agimos de uma maneira deliberada para não escalar a situação geral no leste da Síria e do Iraque", afirmou Kirby.
Oficiais do Pentágono disseram à imprensa americana na noite desta quinta-feira que o ataque foi no lado sírio da fronteira para evitar reações diplomáticas do Iraque. As autoridades ofereceram ao presidente alvos maiores como opção, mas Biden preferiu esse alvo menor - um conjunto pequeno de prédios usados para o trânsito de pessoal da milícia para dentro e fora do país, disseram os oficiais da Defesa, segundo noticiou o NY Times. As autoridades acreditam que o local servia como posto para operações de contrabando de armas.
O governo Biden e o Irã têm se preparado para retomar as negociações para o retorno ao acordo nuclear. O processo pode ser complicado pelo ataque americano.
Série de ataques contra alvos americanos no Iraque
Dias após o bombardeio contra o aeroporto de Erbil, um ataque contra uma base que abriga forças americanas ao norte de Bagdá deixou pelo menos um civil ferido. Na segunda-feira, foguetes foram lançados contra a embaixada americana na Zona Verde da capital iraquiana, área de alta segurança onde estão localizadas representações diplomáticas e órgãos do governo.
O Iraque está investigando os ataques. Autoridades americanas e iraquianas dizem que grupos menores estão executando os atentados para que o Irã não seja responsabilizado.
"Nós já afirmamos anteriormente que iremos responsabilizar o Irã pelas ações de seus aliados que ataquem americanos", alertou Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, na segunda-feira. "Muitos desses ataques usam armas fabricadas e fornecidas pelo Irã".
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã negou qualquer relação de Teerão com o bombardeio em Erbil. O país também não assumiu a responsabilidade de nenhum dos outros ataques.
Joe Biden e o primeiro-ministro do Iraque, Mustafa al-Kadhimi, discutiram a série de ataques em telefonema na terça-feira, dizendo que os responsáveis devem ser punidos.
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