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COVID-19

EUA limitam vacina Janssen por risco de coágulo sanguíneo grave

Vacina Janssen sendo aplicada nas Filipinas, em dezembro
Vacina Janssen sendo aplicada nas Filipinas, em dezembro (Foto: EFE/EPA/ROLEX DELA PENA)

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O regulador de saúde dos Estados Unidos limitou “rigorosamente” o uso da vacina Janssen contra a COVID-19, nesta quinta-feira (5), devido ao risco de um grave distúrbio de coagulação do sangue. A Food and Drug Administration (FDA - agência reguladora ligada ao departamento de saúde do governo norte-americano) recomendou que a vacina da Johnson & Johnson seja administrada apenas em adultos que tenham apresentado reações alérgicas graves a outras marcas ou que se recusem a receber doses de vacinas de RNA mensageiro (mRNA), como a Pfizer e a Moderna.

Segundo o chefe de vacinas da FDA, Dr. Peter Marks, a agência decidiu restringir a Janssen depois de analisar dados sobre coágulos sanguíneos com risco à vida dos pacientes e concluir que se limitam à vacina da Johnson & Johnson. A informação é da agência de notícias Associated Press (AP).

Até março, os cientistas dos EUA identificaram 60 casos de efeito colateral pela vacina, com 9 mortes. O distúrbio de coagulação, denominado trombose com trombocitopenia (TTS) é raro, mas pode ser fatal ou deixar sequelas significativas, segundo informou Marks ao site americano especializado em saúde STAT.

A taxa de coágulos sanguíneos relatados com a vacina dessa marca é de 3,23 casos por 1 milhão. O problema atinge mais as mulheres com menos de 50 anos. De acordo com a Associated Press, a FDA descartou a conexão dos coágulos com outras causas, como medicamentos anticoncepcionais.

Segundo dados oficiais, divulgados pela agência EFE, cerca de 18 milhões de doses da Janssen foram administradas nos EUA, o que representa cerca de 7,7% dos cidadãos que se consideram totalmente vacinados no país.

Histórico

A FDA autorizou a Janssen em fevereiro do ano passado, para adultos com 18 anos ou mais. Com a necessidade inicial de apenas uma dose, a vacina Janssen foi considerada importante no combate à pandemia, na ocasião. Ao longo dos meses, porém, a dose única mostrou eficácia inferior às duas doses de outras vacinas. As autoridades norte-americanas têm recomendado desde dezembro que a população prefira as injeções da Pfizer ou da Moderna, em decorrência de problemas de segurança com a vacina da Johnson & Johnson.

A partir do alerta, a vacina deve trazer um aviso mais incisivo sobre potenciais “consequências debilitantes e de longo prazo para a saúde” do efeito colateral.

“Se houver uma alternativa que pareça ser igualmente eficaz na prevenção de resultados graves da COVID-19, preferimos ver as pessoas optando por isso. Mas tivemos o cuidado de dizer que – em comparação com nenhuma vacina – esta ainda é uma opção melhor”, afirmou Marks, em depoimento reproduzido pela AP.

Os problemas na coagulação ocorrem nas duas primeiras semanas após a aplicação da dose. “Se você tomou a vacina há seis meses, pode dormir profundamente esta noite sabendo que isso não é um problema”, tranquilizou Marks.

Em comunicado por e-mail à Associated Press, um porta-voz da fabricante afirmou que “Os dados continuam a apoiar um perfil de risco-benefício favorável para a vacina Johnson & Johnson para COVID-19 em adultos, quando comparados com nenhuma vacina”.

Vacinas de mRNA

Em setembro de 2021, o comitê científico consultivo da FDA votou contra recomendar doses de reforço das vacinas de mRNA a todos os adultos americanos, preferindo recomendá-las a portadores de comorbidades. A questão foi tão polêmica dentro do órgão que dois cientistas com mais de 30 anos de experiência deixaram os seus cargos.

Dois meses depois, a FDA aprovou as doses de reforço para todos os adultos, contra o conselho do próprio comitê científico. Para analistas como David Zweig, da revista Atlantic, decisões como essa levantam dúvidas sobre a imparcialidade da FDA perante as farmacêuticas que concorrem na produção de vacinas para covid.

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