Os Estados Unidos tentavam na sexta-feira conter um desastre ambiental que pode custar bilhões de dólares, com a chegada de uma enorme mancha de óleo à costa da Louisiana.
A Casa Branca disse que nenhuma nova perfuração petrolífera será permitida até que o vazamento seja investigado.
O óleo continua jorrando do poço sobre o qual uma plataforma de petróleo explodiu e pegou fogo na semana passada, deixando 11 trabalhadores desaparecidos. O acidente forçou o presidente Barack Obama a suspender os planos, politicamente delicados, de conceder novas licenças de prospecção de petróleo na bacia marítima do golfo do México.
Em março, ele havia anunciado planos para uma expansão, limitada, em parte para conseguir apoio dos republicanos a uma nova lei climática.
A contenção do vazamento ainda pode levar semanas, exigindo que o material seja recolhido e canalizado para um navio-tanque, ou com a perfuração de um poço auxiliar. Enquanto isso, a Guarda Costeira colocou varas no mar, para proteger parte do litoral.
Mas já há relatos de que as beiradas da língua de óleo, com quase 200 quilômetros de comprimento, chegaram à reserva natural de Pass-a-Loutre, numa das pontas do delta do Mississippi, na Louisiana.
Obama - sem dúvida pensando nas críticas à forma como seu antecessor George W. Bush reagiu ao furacão Katrina, na mesma região, em 2005 - enviou funcionários de alto escalão para verificar os esforços de limpeza, que segundo estimativas podem chegar a 3 bilhões de dólares.
Do poço jorram até 5.000 barris de petróleo (quase 800 mil litros) por dia. A previsão é de que o material chegue nos próximos dias também ao Mississippi, ao Alabama e ao noroeste da Flórida. Louisiana e Flórida já declararam estado de emergência.
A Equipe Energética da agência de rating Fitch estimou o custo da operação de limpeza em 2 a 3 bilhões de dólares, "uma vez que o vazamento chegar em terra, e potencialmente mais, quanto mais tempo levar para conter o fluxo de petróleo no golfo (do México)."
O custo para o setor pesqueiro da Louisiana pode chegar a 2,5 bilhões de dólares, e o impacto para o turismo na costa oeste da Flórida pode atingir 3 bilhões de dólares, disse na sexta-feira Neil McMahon, analista da firma de investimentos Bernstein.
"Continuamos trazendo todos os recursos possíveis para enfrentar esse vazamento", disse a contra-almirante da Guarda Costeira Sally Brice-O'Hara, à CNN.
Os secretários de Segurança Ambiental, Janet Napolitano, e Interior, Ken Salazar, e a diretora da Agência de Proteção Ambiental, Lisa Jackson, viajam ainda na sexta-feira à região para avaliar a situação.
O secretário de Justiça, Eric Holder, enviou uma equipe jurídica e disse que o governo Obama fiscalizará rigidamente o cumprimento das leis ambientais.