Médicos ouvem o presidente Barack Obama falar no Centro para Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta| Foto: Larry Downing/Reuters

Estrangeiros

Cuba e China disseram que vão enviar equipes médicas para Serra Leoa. Cuba contribuirá com 165 pessoas, enquanto a China dará um laboratório móvel e 59 pessoas para acelerar os testes de detecção da doença. O país já tem 115 pessoas e financia um hospital lá. Mas a Libéria é o lugar onde a doença parece estar fora de controle. A epidemia atual começou em março passado, nas florestas da Guiné.

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O presidente Barack Obama disse ontem que a epidemia de ebola pode ter um impacto geopolítico mais amplo se não for controlada. Ele afirmou que os riscos de um surto da doença nos Estados Unidos são "extremamente baixos", mas a propagação do vírus no oeste da África poderia ter consequências para a segurança regional e global.

A fim de combater a epidemia, Washington enviará cerca de 3 mil soldados até a África Ocidental para construir instalações e treinar funcionários médicos. De acordo com Obama, o surto inédito está fora de controle. Ele solicitou que outros países respondam de forma mais urgente à crise.

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"Se a epidemia não for barrada agora, nós poderemos ter centenas de milhares de pessoas infectadas, com profundas consequências políticas, econômicas e de segurança para todos nós", afirmou Obama durante visita ao Centro para Controle e Prevenção de Doenças em Atlanta, no estado da Geórgia. "Essa é uma epidemia que não ameaça apenas a segurança regional, mas será uma ameaça potencial para a segurança global se esses países ruírem, se suas economias entrarem em colapso, se as pessoas entrarem em pânico."

Obama continuou: "Aqui está a dura verdade: no oeste da África, o ebola é agora uma epidemia, do tipo que nós nunca vimos antes", disse o presidente. Ele afirmou que a situação vai piorar antes de melhorar. "Está ficando pior. Está se espalhando mais rápido e exponencialmente."

Para o presidente americano, o mundo espera que os EUA tomem uma atitude em relação à epidemia atual de ebola e ele disse que o país vai aceitar essa responsabilidade.

A ONU pediu ontem em Genebra quase US$ 1 bilhão para a luta contra o ebola na África Ocidental. "É um desafio financeiro enorme", afirmou a diretora de operações humanitárias da ONU, Valérie Amos. A organização calcula que 22,3 milhões de pessoas vivem nas regiões afetadas pelo ebola e precisam de ajuda, segundo um documento publicado ontem. No documento, a ONU apresenta uma estimativa de que 20 mil pessoas estarão infectadas com o vírus do ebola até o fim do ano.

O US$ 1 bilhão solicitado, se for arrecadado, será utilizado nos três países mais afetados: Guiné, Libéria e Serra Leoa. Objetivos são cinco: deter o contágio, tratar os infectados, assegurar os serviços essenciais, preservar a estabilidade nos locais mais atingidos e prevenir novos surtos.

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