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Os Estados Unidos sinalizaram na terça-feira aos novos líderes da Coreia do Norte a disposição de retomar o diálogo para a desnuclearização do país, depois da morte do dirigente comunista Kim Jong-il.

A secretária de Estado Hillary Clinton, que na segunda-feira pediu a Pyongyang que assuma "o caminho da paz", estabeleceu parâmetros aos EUA sobre o que seria necessário para a melhora nas relações bilaterais, segundo Victoria Nuland, porta-voz do Departamento.

"Isso se destinava a ser um sinal das nossas expectativas e esperanças para o novo regime", disse Nuland. "Queremos ver a nova liderança da RDPC (sigla oficial da Coreia do Norte) levar o seu país na direção da desnuclearização, na direção do cumprimento das obrigações e compromissos internacionais."

Ela afirmou que os EUA estão atentos também a sinais de que a Coreia do Norte irá melhorar as relações com seus vizinhos, especialmente a Coreia do Sul, e garantir direitos ao seu povo.

Washington reagiu com cautela à morte de Kim, ocorrida no sábado e anunciada na segunda-feira, que colocou seu filho caçula Kim Jong-um à frente do imprevisível e isolado país.

Nuland disse que Hillary conversou com os chanceleres da China, Yang Jiechi, e da Rússia, Sergei Lavrov, e que todos concordaram com a necessidade de "paz, estabilidade e calma" na península da Coreia.

Os EUA atualmente tentam retomar um processo multilateral que prevê a concessão de benefícios políticos e econômicos à Coreia do Norte em troca do seu desarmamento nuclear. O diálogo - envolvendo EUA, China, Rússia, Japão e as duas Coreias - foi rompido em 2008.

As autoridades dos EUA admitiram que não preveem progressos enquanto vigorar o período de luto na Coreia do Norte, mas esperam que a nova liderança se disponha a tratar da questão nuclear e oferecer garantias de monitoramento, o que seria uma pré-condição para a retomada da ajuda alimentar estrangeira, também interrompida em 2008.

Num sinal de que algumas discussões estão sendo mantidas, a porta-voz disse que representantes dos EUA entraram em contato com seus homólogos norte-coreanos depois da morte de Kim para discutir aspectos técnicos da ajuda alimentar, dando continuidade a uma reunião inconclusiva ocorrida na semana passada em Pequim.

Washington, com apoio da Coreia do Sul, diz ainda ter dúvidas sobre a necessidade de ajuda alimentar na Coreia do Norte, e sobre como monitorar eventuais remessas a fim de garantir que elas cheguem aos mais necessitados.

Nuland disse que o novo contato ocorreu na segunda-feira por meio do chamado "canal de Nova York" - a missão norte-coreana na ONU. Ela não soube dizer, no entanto, se a conversa incluiu discussões políticas sobre as implicações da morte de Kim.

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