Washington (Folhapress) O presidente George W. Bush já autorizou a redução das tropas de combate americanas no Iraque em cerca de 7 mil soldados, com a retirada de duas brigadas, anunciou ontem o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld. Já o número de militares americanos que treinam o Exército iraquiano deve aumentar.
"O presidente Bush autorizou um ajuste nas brigadas americanas no Iraque de 17 para 15", afirmou Rumsfeld durante visita a um campo militar em Fallujah. "Esse ajuste é um reconhecimento do progresso do povo iraquiano no que tange a assumir uma maior responsabilidade", disse, revendo posição do dia anterior, quando afirmou que "novatos" atrasam os planos dos EUA.
O presidente iraquiano, Jalal Talabani, afirma que o país ainda não tem condições de dispensar as tropas estrangeiras. Os planos de Washington incluem "um aumento no número de forças americanas envolvidas em equipes de transição, apoio de inteligência e de logística, para auxiliar as forças de segurança iraquianas a assumir uma maior responsabilidade pela segurança do país", acrescentou Rumsfeld.
O Pentágono divulgou nota segundo a qual "esses ajuste provavelmente reduzirão as forças no Iraque até a primavera de 2006 (outono no Brasil) para abaixo do nível-base de 138 mil" soldados. Segundo o premier iraquiano, Ibrahim al Jaafari, a redução será de 7,5 mil homens. Novas reduções serão consideradas "em algum momento em 2006, disse Rumsfeld.
Parte dos soldados de combate será remanejada para o treinamento das tropas iraquianas. "Os EUA e os países da coalizão estão ansiosos para entregar as responsabilidades pela segurança aos iraquianos assim que for possível, disse o secretário. Mais de 2,1 mil soldados das tropas estrangeiras morreram no Iraque desde a ocupação, em março de 2003.
Ataques e seqüestro
Em mais um dia de violência no Iraque, insurgentes atacaram um posto militar iraquiano perto de Adhaim (norte), matando dez soldados e ferindo outros 20. Dois soldados americanos morreram após a explosão de uma bomba na capital. Em outro ataque, dez iraquianos foram mortos, incluindo um policial, e quatro ficaram feridos quando um homem-bomba se explodiu do lado de fora de uma mesquita xiita em Balad Ruz, a noroeste de Bagdá.
Seis sudaneses, incluindo um diplomata e quatro funcionários da missão diplomática, foram seqüestrados ontem ao sair de uma mesquita, afirmou a Chancelaria do Sudão. A princípio, os seqüestradores não formularam exigências.
Em várias regiões do Iraque, árabes sunitas foram às ruas para protestar contra as eleições parlamentares de 15 de dezembro. Segundo eles, elas foram fraudadas para favorecer a principal coalizão árabe-xiita. Ao todo, 35 entidades sunitas e xiitas seculares exigiram que as acusações de fraude eleitoral sejam investigadas por um organismo internacional, ameaçando boicotar o novo Parlamento.
Mesmo com a rotina de violência, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou ontem um empréstimo de US$ 685 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) para o Iraque, por um período de 15 meses. Para a organização, o quadro é de "estabilidade macroeconômica".
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