Os EUA, o Canadá e o México assinaram nesta sexta-feira (30), em Buenos Aires, a autorização para o novo acordo de comércio entre os três países, que substitui o Nafta (Tratado de Livre Comércio da América do Norte).
O novo tratado, agora chamado de U.S.-Mexico-Canada Agreement (Umsca), foi apresentado pelos presidentes Donald Trump e Enrique Peña Nieto e o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau.
Boa parte dos itens ainda precisa passar pelas equipes técnicas dos três países e pelos respectivos congressos, porém, a assinatura simboliza que há um compromisso comum de autoproteção do bloco.
Entenda: 6 questões que explicam o acordo comercial entre os EUA, o México e o Canadá
Trump elogiou o resultado: "O modelo deste acordo muda o cenário da relação comercial entre os três países para sempre. Esta é a melhor saída que encontramos para os três países", afirmou.
Trudeau também se mostrou animado: "O novo documento mantém a estabilidade da economia canadense".
O ato também marca uma vitória para o presidente dos EUA
Trump repetidamente classificou o Nafta como "o pior acordo comercial de todos os tempos" e chegou perto de retirar os Estados Unidos dele logo após ter tomado posse.
O novo acordo exige que 75% de cada veículo isento de impostos seja produzido na América do Norte, acima dos 62,5% no tratado atual, e requer que uma quantidade substancial de que fabricação seja realizada por trabalhadores que ganham pelo menos US$ 16 por hora.
Leia também: Vitória de Trump: EUA, Canadá e México chegam a um acordo para substituir o Nafta
Essa medida destina-se a reduzir a migração de empresas americanas para os Estados Unidos, em busca de mão-de-obra de baixo custo.
O acordo, renomeado por Trump como "Acordo EUA-México-Canadá", contém novas disposições que regem o comércio eletrônico e os fluxos de dados transfronteiriços que não faziam parte do tratado anterior, que havia sido negociado antes que a Internet se tornasse uma grande força comercial.
Este tratado também ressalta o fato de Trump ter se afastado dos acordos comerciais globais que seus predecessores apoiaram, em favor de acordos regionais ou mesmo individuais.
Dificuldades
Nos EUA, a principal dificuldade estará em passar o novo acordo pela Câmara que, a partir de janeiro, terá a maioria de membros do partido Democrata.
Outra incerteza sobre a ratificação do acordo é que este é o último dia do governo do mexicano Enrique Peña Nieto, que inclusive viaja ainda nesta sexta-feira para transmitir o comando do México para seu sucessor, Andrés Manuel López Obrador, que também terá maioria no Senado mexicano. Ou seja, a ratificação do novo acordo, daqui a alguns meses, já será sob nova gestão.