Os Estados Unidos pediram ao Irã no sábado para resolver pacificamente as disputas sobre a eleição presidencial da República Islâmica, e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse esperar que o resultado do pleito reflita a opinião dos iranianos.
A Casa Branca afirmou estar monitorando a eleição de perto, inclusive os relatos de "irregularidades", após os resultados oficiais mostrarem que o presidente Mahmoud Ahmadinejad foi reeleito com uma grande margem sobre o reformista Mirhossein Mousavi.
"Nós obviamente esperamos que o resultado reflita a vontade genuína e o desejo dos iranianos", disse Hillary durante viagem ao Canadá.
A vitória de Ahmadinejad pode dificultar os esforços do presidente norte-americano, Barack Obama, para se reaproximar do governo de Teerã, e vai desapontar países que tentam convencer o Irã a interromper seu programa nuclear, que segundo o Ocidente é destinado à fabricação de bombas.
Uma fonte dos Estados Unidos confirmou uma oferta de Washington para negociações com o Irã em vários assuntos, desde Afeganistão e Iraque a disputas sobre o programa nuclear, que Teerã afirma ser para objetivos pacíficos.
"Nós encorajamos o governo iraniano a aproveitar a oportunidade para se engajar diretamente com os Estados Unidos", disse a autoridade, que pediu para não ser identificada.
Washington está procurando oportunidades para negociar diretamente com o Irã. Uma ocasião poderá ser o encontro dos ministros das Relações Exteriores do Grupo dos Oito, na Itália, no fim deste mês. Hillary Clinton deve participar e o Irã também é convidado.
"DEBATE VIGOROSO"
Frustrando as esperanças dos Estados Unidos de uma mudança no comando do país, Ahmadinejad foi reeleito com 62,6 por cento dos votos, segundo o Ministério do Interior. Mousavi chamou a eleição de uma "charada perigosa."
"Assim como o resto do mundo, nós estamos impressionados com o vigor do debate e o entusiasmo que essa eleição gerou, particularmente entre os iranianos", disse a Casa Branca em comunicado. "Nós continuamos a monitorar toda a situação de perto, incluindo relatos de irregularidades."
Houve registros de violência nas ruas do Irã, e o líder supremo aiatolá Ali Khamenei pediu ao povo para respeitar a vitória de Ahmadinejad.
Ahmadinejad rejeitou as alegações de irregularidades e declarou que a eleição foi "livre e saudável".
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