A Casa Branca disse na quinta-feira que "um pequeno grupo de manutenção da paz de cerca de 200" soldados americanos permanecerá na Síria além da retirada planejada das forças americanas nesta primavera.
O anúncio da secretária de imprensa, Sarah Sanders, nesta quinta-feira (21) não especificou onde as tropas ficarão baseadas, quais seriam suas responsabilidades ou quanto tempo ficariam.
Uma autoridade dos EUA, falando sob condição de anonimato para discutir detalhes ainda não divulgados, disse que os 200 soldados seriam "divididos" entre as áreas controladas pelos curdos sírios, no nordeste do país, e a guarnição de Tanf no sudeste da Síria. O funcionário do governo disse que o total de homens pode ser um pouco maior.
A decisão foi uma reversão parcial da ordem do presidente Donald Trump, anunciada em dezembro, de que todos os 2.000 soldados americanos que estão na Síria seria retirados do país em guerra, uma vez que sua missão de destruir o califado do Estado Islâmico havia sido alcançada. A retirada completa era esperada até o final de abril.
Autoridades de defesa, parlamentares e alguns assessores da Casa Branca expressaram preocupação de que dezenas de milhares de combatentes militantes permaneçam espalhados pela Síria e pelo Iraque. França e Reino Unido, que também têm tropas na Síria, rejeitaram um pedido dos EUA para que suas forças continuassem as operações contra militantes remanescentes e patrulhassem uma "zona segura" ao longo da fronteira nordeste da Síria com a Turquia, a menos que algumas tropas americanas permanecessem.
A Turquia inicialmente propôs a zona segura de 32 quilômetros para evitar o que ela diz ter sido ataques fronteiriços de combatentes das Unidades de Proteção do Povo (UPP), o grupo curdo que dominam a força terrestre síria aliada dos EUA.
Ancara considera as UPP um grupo terrorista, aliado de militantes curdos na Turquia, e disse que os atacaria assim que os americanos fossem embora. O país exigiu sua remoção da área de fronteira.
Repercussão
O senador republicano Lindsey Graham elogiou a decisão e disse que a força residual dos EUA "garantiria que o Estado Islâmico não voltasse e que o Irã não preenchesse o vácuo que seria deixado se nos retirássemos completamente". Também assegura, disse ele, que a Turquia e os curdos sírios "não entrarão em conflito".
O Irã é o principal financiador do presidente sírio, Bashar al-Assad, que quer enviar suas forças militares, juntamente com milícias comandadas pelo Irã, para a parte oriental da Síria, agora controlada pela coalizão liderada pelos EUA e seus aliados curdos sírios.
"Com essa decisão", disse Graham em um comunicado, "o presidente Trump decidiu seguir um conselho militar sólido".
Graham tem estado entre as vozes mais proeminentes que exigem que algumas tropas fiquem na Síria. No final da semana passado, em um confronto com Patrick Shanahan, secretário de defesa em exercício na Conferência de Segurança de Munique, ele disse que a retirada completa era "a coisa mais idiota... que já ouvi" e disse que um compromisso dos EUA de patrulhar a fronteira seria um incentivo aos europeus para assumirem os seus próprios compromissos.
Embora relutantes em discordar de Trump, as autoridades militares dos EUA repetidamente sinalizaram o que consideram os perigos de uma retirada precipitada, mesmo depois que a presença territorial do Estado Islâmico foi eliminada.
Reino Unido e França não responderam imediatamente ao anúncio dos EUA na quinta-feira.
Trump e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em uma chamada telefônica quinta-feira, "concordaram em continuar coordenando a criação de uma potencial zona segura", disse a Casa Branca. Shanahan e o general Joseph F. Dunford Jr., presidente do Joint Chiefs of Staff, devem se reunir em Washington nesta sexta-feira com seus colegas turcos.
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