Os Estados Unidos anunciaram mudanças que visam melhorar o processo de emissão de vistos para estrangeiros. De acordo com a secretária de estado, Condoleeza Rice, o país quer continuar a ser uma nação acolhedora, apesar das regras rigorosas de segurança. Com o novo sistema, alguns prazos foram estendidos e algumas facilidades criadas.
O governo americano sabe que as medidas de segurança, criadas depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, provocaram antipatia mundial e está enfrentando, também, a pressão de empresas e universidades do país. Elas reclamam que estudantes e trabalhadores talentosos de todo o mundo, que poderiam estar nos Estados Unidos, não vieram por causa das restrições adotadas pela Casa Branca.
A partir de agora, os estudantes poderão entrar nos Estados Unidos 45 dias antes do começo das aulas. Hoje eles têm apenas 30 dias. Os vistos serão emitidos até quatro meses antes da data da viagem, em vez do prazo máximo de três meses adotado hoje.
As entrevistas para tirar o visto americano poderão ser feitas através de videoconferência. Esta medida facilita a vida dos brasileiros que moram distantes das grandes capitais e, são obrigados a viajar até uma das quatro cidades onde o consulado faz as entrevistas: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Recife. A novidade será testada primeiro na Grã-Bretanha e em breve os formulários serão preenchidos pela internet.
Um comunicado assinado pela secretária de Estado Condolleezza Rice e o secretário de Segurança Interna Michael Chertoff oficializou o novo sistema que faz uso das novas tecnologias disponíveis para aprimorar a eficiência do processo.
"Enquanto a segurança se mantém prioritária, vamos assegurar que a experiência dos viajantes reflita este espírito acolhedor - mostrando que os Estados Unidos estão abertos aos viajantes de negócios, turistas e estudantes - e ao mesmo tempo mostre que nosso território é seguro", diz o comunicado, que lista as principais ações previstas.
Será criado um programa de 'aeroporto modelo' para garantir um ambiente mais acolhedor ao visitante estrangeiro. O projeto piloto será instalado nos aeroportos de Houston e Dulles (Washington) e inclui mensagens customizadas em vídeo com informações práticas sobre os procedimentos de entrada, melhoria nos processos de trânsito e vistoria das pessoas que atravessam as fronteiras e assistência aos viajantes estrangeiros após terem sido admitidos em território americano. O projeto também promete um processo mais transparente desde o momento em que o visitante requer seu visto até sua chegada nos Estados Unidos.
Preocupado com o uso de documentos de viagens falsificados para entrar nos Estados Unidos, o governo americano vai trabalhar com parceiros internacionais para o estabelecimento de documentos de viagens mais seguros e confiáveis, que incorporem as tecnologias mais recentes capazes de proteger a identidade de cada indivíduo. Estas medidas incluem a difusão do uso de passaportes eletrônicos (com leitura eletrônica, fotos digitalizadas); a emissão do passaporte-cartão biométrico para os cidadãos americanos usarem em países vizinhos (a partir do fim de 2006); e uma rede de registro global, que unificará os dados do viajante, acessível tanto ao Departamento de Segurança Interna como ao Departamento de Estado, capaz de verificar a identidade, país de cidadania e outras informações que facilitam o processo de admissão do viajante numa fronteira.
As medidas anunciadas foram bem-vistas por empresas ligadas ao setor do turismo. A Busch Entertainment Corporation (BEC), que reúne a rede de parques Sea World e Busch Gardens, nos Estados Unidos, e mantém um escritório de representação no Brasil, aprovou as medidas adotadas, acrescentando que ao anunciarem as mudanças, as autoridades americanas estavam demonstrando ter ouvido algumas das reivindicações do setor de turismo."Um tratamento mais atencioso e acolhedor aos visitantes estrangeiros, a melhoria no processamento dos vistos através do uso de tecnologia avançada, e integração entre o Departamento de Estado e o Departamento de Segurança Nacional, com certeza, serão fatores que influenciarão positivamente o mercado de turismo internacional para os Estados Unidos", afirmou a BEC, em comunicado distribuído nesta quinta-feira.
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