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Síria

EUA não descartam intervir sem apoio

Especialistas da ONU em Damasco, usando máscaras contra gás e escoltados por soldados do Exército Livre da Síria | Mohamed Abdullah/Reuters
Especialistas da ONU em Damasco, usando máscaras contra gás e escoltados por soldados do Exército Livre da Síria (Foto: Mohamed Abdullah/Reuters)

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não conseguiram chegar a um acordo ontem sobre uma resolução proposta pelo Reino Unido, que autorizaria o uso de força militar na Síria. Diante da falta de acordo, o governo norte-americano não descarta a possibilidade de atacar a Síria unilateralmente, mesmo sem o aval da ONU e sem o apoio de seus próprios aliados.

Mais cedo, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi, afirmou que, aparentemente, algum tipo de substância química foi usado no ataque do dia 21 de agosto nos arredores de Damasco. Até o momento, porém, não há provas concretas nem do emprego de armas químicas nem de quem teria feito uso desses armamentos.

Os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – todos eles com poder de veto – são China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Caso o esboço de resolução em debate seja levado a votação, considera-se altamente provável que seja vetado por Rússia e China, que já bloquearam tentativas anteriores de aplicar sanções ao governo do presidente Bashar Assad.

Na avaliação da Casa Branca, a "paralisia diplomática" não deve impedir uma resposta ao suposto uso de armas químicas, atribuído por Washington ao governo sírio. Na noite de ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse ter "concluído" que Damasco recorreu a essas armas no ataque que deixou mais de cem mortos na semana passada. Em entrevista à PBS (Public Broadcasting System), a tevê pública americana, ele disse que ainda não havia tomado uma decisão sobre como agir na Síria.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu às potências que deem tempo não apenas à diplomacia, mas também aos inspetores de armas da entidade, que investigam o ataque químico, em que, na avaliação dos EUA, teriam sido usadas armas químicas. Segundo Ban, os inspetores da ONU precisam de quatro dias para concluir seu trabalho.

Depois de passar o dia pressionando o Conselho de Segurança a aprovar uma intervenção na Síria, o governo britânico voltou atrás e informou que vai aguardar duas votações do Parlamento antes de adotar qualquer medida direta.

Retaliação

Otan diz que ataque químico não pode ficar sem resposta

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, disse ontem que tem informações de várias fontes provando que o regime de Bashar Assad é o responsável pelo uso de armas químicas na Síria. Para ele, o uso das armas é "inaceitável e não pode ficar sem resposta".

As declarações da aliança ocidental acontecem após Estados Unidos, Reino Unido e França, que são membros da união, anunciarem que estão prontos para uma ação armada contra Assad – represália a um ataque químico na periferia de Damasco, na semana passada.

"Esta é uma clara violação das normas e práticas internacionais de longa data. Os responsáveis devem prestar contas", disse o chefe da Otan, em comunicado, sem comentar sobre que tipo de resposta deve ser dada.

Rasmussen justifica sua acusação ao regime sírio dizendo que são as tropas de Bashar Assad as responsáveis por tomar conta dos arsenais de armas químicas e isso denunciaria a responsabilidade pelos ataques. Rasmussen afirmou que a Otan continuará a operar as baterias antiaéreas instaladas na fronteira da Turquia desde dezembro.

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