Os Estados Unidos afirmaram nesta quarta-feira (29) que não há lugar para o presidente Bashar al-Assad ou membros de seu regime no futuro da Síria, por serem os responsáveis diretos ou indiretos das atrocidades cometidas nos dois anos de conflito interno no país.

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"O regime de Assad e seus partidários que cometeram crimes contra o povo sírio devem saber que o mundo está olhando e que (eles) deverão pagar por suas ações", disse a embaixadora dos EUA perante a ONU em Genebra, Eileen Donahoe.

Em seu discurso na sessão de emergência que o Conselho de Direitos Humanos dedica hoje à situação na Síria, Eileen destacou os esforços da comunidade internacional para abrir a via de uma solução política para essa guerra, mas ressaltou que também é preciso prevenir a impunidade.

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Rússia e EUA acordaram recentemente convocar uma conferência internacional em Genebra - cuja data ainda não foi definida - a fim de acabar com a guerra civil na Síria e na qual está previsto que participem tanto representantes do Governo de Al-Assad, como das principais forças da oposição.

Por enquanto, Moscou conseguiu do Governo de Damasco o compromisso de enviar uma delegação a essa reunião, mas a oposição ainda não chegou a um acordo nesse sentido.

A sessão do Conselho de Direitos Humanos acontece por iniciativa de Catar, Turquia e EUA, que propuseram um projeto de resolução que pede ao governo sírio encerrar o cerco sobre a cidade de Al Qusair (oeste), durante o qual centenas de pessoas morreram e acredita-se que 40 mil civis estejam sem água, alimentos, eletricidade nem atendimento médico.

A partir de uma primeira versão desse documento, que só condenava os massacres cometidos na cidade atribuindo-as às forças governamentais, vários países negociaram incorporar uma chamada a "todas as partes" do conflito - referência implícita aos rebeldes - a deter suas ações e uma condenação a todas as formas de violência armada, venha de onde venha.

"Condenamos o papel direto do Hezbollah nas hostilidades, um papel que atiça as tensões na região, gera mais violência dentro da Síria e provoca instabilidade no Líbano", declarou Donahoe.

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Além disso, a resolução que se propõe rejeita a intervenção de combatentes estrangeiros que atuaram na massacre de Al Qusair por conta do regime de Assad, em alusão à milícia libanesa xiita Hezbollah.

O embaixador da Síria, Faisal Hamui, adiantou que seu governo não reconhecerá a resolução, que disse estar "cheia de mentiras e hipocrisia" e acusou o Catar e a Turquia, seus dois patrocinadores, de estar entre os "principais responsáveis pelo derramamento de sangue" em seu país.

Acusou o primeiro de gastar bilhões de dólares para abastecer com armamentos os grupos rebeldes e o segundo de permitir a entrada e o treino em seu território de milicianos de organizações extremistas que depois passam à Síria para combater ao lado da oposição.