Os Estados Unidos declararam nesta quinta-feira (5) que desistiram de buscar uma resolução do Conselho de Segurança a respeito da Síria, acusando a Rússia de ter tomado o Conselho como refém e permitindo que aliados de Moscou na Síria usassem gás venenoso contra crianças inocentes.

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As declarações da embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, não deixam dúvida de que Washington não irá solicitar aprovação da ONU para uma ação militar que puna o governo de Bashar al Assad pelo suposto uso de armas químicas contra civis em 21 de agosto. Ela disse que a proposta de resolução apresentada na semana passada pela Grã-Bretanha, exigindo uma reação internacional ao ataque, está inviabilizada.

"Eu estava presente na reunião onde o Reino Unido apresentou a resolução, e tudo na reunião, nas palavras e na linguagem corporal, sugere que aquela resolução não tem perspectiva de ser adotada, pela Rússia em particular", disse Power a jornalistas.

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"Nossa visão, após meses de esforços acerca de armas químicas e após dois anos e meio de esforços para (negociações de paz em) Genebra, de situação humanitária, é que não há caminho viável para avançar no Conselho de Segurança."

Depois que a Grã-Bretanha apresentou a proposta de resolução aos demais países com poder de veto no Conselho (China, França, Rússia e EUA), o Parlamento britânico votou contra uma moção de apoio à ação militar.

O governo dos EUA, que também busca aval do Congresso para uma ação militar, diz que forças leais a Assad mataram mais de 1.400 pessoas, inclusive centenas de crianças, ao jogarem gás sarin em subúrbios de Damasco dominados por rebeldes.

Até agora, o principal apoio dos EUA para um possível ataque partiu da França. Já a Rússia, com apoio da China, usa repetidamente seu poder de veto desde o início da guerra civil síria para impedir medidas internacionais contra Assad.

O governo sírio nega ter cometido o ataque com armas químicas, e diz que a oposição provocou o incidente para atrair uma reação internacional.

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A ONU recebeu até agora pelo menos 14 relatos sobre o possível uso de armas químicas na Síria. Uma equipe de inspetores estava na Síria na época do suposto ataque de 21 de agosto e colheu amostras para tentar comprovar sua autoria. O resultado deve demorar semanas para ficar pronto, disseram diplomatas da ONU.