Os Estados Unidos rejeitaram nesta sexta-feira os pedidos do Irã por mais tempo para estudar uma proposta de incentivos elaborada com o objetivo de limitar o programa nuclear do país islâmico.

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O governo americano repetiu que os iranianos precisam dar uma resposta antes de uma cúpula do Grupo dos Oito (G8), marcada para a próxima semana em São Petersburgo.

O G8 (que reúne os sete países mais industrializados do mundo, mais a Rússia) afirmou ao Irã na quinta-feira que desejava ter em 5 de julho uma "resposta clara e sólida" a uma oferta de incentivos que visa convencer o país a interromper o enriquecimento de urânio. Mas duas autoridades iranianas já afirmaram que seu governo precisa de mais tempo.

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Em declarações dadas a repórteres durante uma viagem a Bruxelas, o subsecretário americano de Estado, Nicholas Burns, insistiu que a oferta era "bastante clara" e que o principal negociador do Irã para a área, Ali Larijani, deveria responder a ela até a próxima quarta-feira.

- Haverá um encontro aqui, nesta cidade, na próxima semana, e nesse encontro esperamos que Larijani nos dê uma resposta. Não se trata de uma oferta complicada - disse Burns. - Já é hora, para falar francamente, de termos uma resposta do governo iraniano. Sempre dissemos que esse era um processo que duraria semanas, não meses - afirmou o subsecretário.

Larijani deve se reunir com o chefe da área de política externa da União Européia (UE), Javier Solana, na quarta-feira, a fim de discutir o pacote que contém incentivos para várias áreas, entre as quais a comercial e a de tecnologia.

Em Teerã, Ahmad Khatami, um importante clérigo do país, afirmou a fiéis, nas orações de sexta-feira, que o Irã não discutiria seu "direito de dominar a tecnologia nuclear".

Mas Burns disse que as potências ocidentais esperavam por uma resposta formal de Larijani.

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- Estamos aguardando uma manifestação a ser feita por meio do canal oficial, que é o canal de Larijani com Solana - observou.

Os ministros das Relações Exteriores dos países-membros do G8, reunidos na quinta-feira em Moscou, não disseram quais conseqüências se seguiriam a uma eventual resposta negativa do Irã.

CÚPULA

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), mais a Alemanha, devem conversar sobre a postura dos iranianos em um encontro marcado para o dia 12 de julho.

E, segundo Burns, as grandes potências analisariam, na cúpula do G8, quais "decisões essenciais" seriam adotadas.

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O ministro iraniano das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, disse na quinta-feira que seu governo responderia à proposta em agosto e não antes.

- Tal resposta será dada em agosto. Eu não sei se no começo de agosto ou se na metade de agosto - disse o chanceler em Nova York, acrescentando que "dúvidas e ambigüidades" do pacote precisavam ser esclarecidas.

O Irã já tinha afirmado que se manifestaria a respeito da proposta até o dia 22 de agosto.

Os EUA acusam o país islâmico de desenvolver um programa secreto com o intuito de fabricar armas atômicas. O governo iraniano diz que pretende enriquecer urânio com o fim exclusivo de produzir eletricidade.

Burns repetiu que a precondição para que o Irã receba apoio em seu programa civil de energia nuclear era que os iranianos parassem de enriquecer urânio -- algo que o país, o quarto maior exportador de petróleo do mundo, recusou-se a fazer até agora.

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