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O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein não foi entregue às autoridades iraquianas, como havia dito seu advogado, afirmou nesta sexta-feira (29) o porta-voz do Departamento de Estado, Tom Casey. "Não houve nenhuma mudança", disse.

A especulação sobre a proximidade do enforcamento do ex-ditador toma conta do noticiário internacional nesta sexta-feira, com a contradição de informações entre autoridades dos Estados Unidos, do Iraque e membros do comitê de defesa de Saddam Hussein.

Munir Haddad, juiz da Corte de Apelações do Alto Tribunal Penal iraquiano, que assistirá à execução, disse que o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein será enforcado "à noite ou amanhã", declarou nesta sexta-feira à noite.

O chefe da equipe de advogados de defesa de Saddam, Khalil al-Dulaimi, disse mais cedo que o governo norte-americano havia entregue o ex-ditador iraquiano à custódia da justiça do Iraque nesta sexta-feira, o que aceleraria a execução, que poderia acontecer ainda nesta sexta à noite ou no sábado (30) pela manhã.

Assim que a custódia for passada ao Iraque, a justiça do país pode decidir livremente sobre o momento do enforcamento. A manutenção de Saddam sob custódia dos Estados Unidos deve adiar a execução por dias ou mesmo semanas.

"Fomos informados que o presidente não está mais sob a autoridade das forças americanas", disse al-Dulaimi. O Departamento de Estado dos Estados Unidos negaram a informação pouco depois e afirma que o país mantém a custódia do ex-ditador.

Oficiais do governo iraquiano negaram, no início desta sexta-feira (29) especulações crescentes de que Saddam poderia ser executado nas próximas horas, e informaram que há movimentação dentro do governo para que a execução seja adiada por um mês ou mais.

Além disso, o comitê de defesa do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein afirmou nesta sexta-feira ter obtido autorização dos Estados Unidos para se encontrar "nos próximos dias" com Saddam Hussein, antes que ele seja enforcado.

O advogado de Saddam, entretanto, disse acreditar na possibilidade da execução até o sábado (30), já que eles já recolheram os objetos pessoais apreendidos junto com Saddam.

Um juiz iraquiano ouvido pela Associated Press confirmou que Saddam deve ser executado no mais tardar no sábado.

Desde que a sentença de morte do ex-ditador e dois de seus antigos colaboradores foi confirmada, na terça-feira (26), aumentaram as especulações sobre uma provável data da execução do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, que deveria acontecer num prazo de até 30 dias, de acordo com as leis iraquianas.

Na quinta-feira (28), um alto representante do governo americano afirmou que a morte de Saddam aconteceria no sábado (30), mas o Ministério da Justiça iraquiano negou a informação nesta sexta-feira (29). Uma alta autoridade do Ministério da Justiça disse à agência Reuters que Saddam não será executado antes de 26 de janeiro, 30 dias depois de sua apelação ter sido rejeitada.

Nesta sexta-feira, no entanto, um dos advogados do ex-ditador iraquiano, Najib al-Nuaimi, falou à rede "CNN" que Saddam Hussein pode ser levado à forca no sábado, citando o que chamou de "diferentes fontes". Clique aqui para ler a matéria (em inglês).

Saddam Hussein foi condenado à morte em novembro pelo Alto Tribunal Penal do Iraque, pela execução de 148 xiitas em Dujail (60 km ao norte de Bagdá) nos anos 80.

Os advogados de Saddam foram convocados nesta sexta-feira (29) a recolher os objetos pessoais do ex-ditador. Um advogado de defesa, que não quis ser identificado, disse que o ex-presidente havia sido transferido da custódia de forças dos Estados Unidos para o governo iraquiano, mas o Ministério da Justiça negou o fato.

De acordo com a rede de televisão americana "NBC", o ex-presidente iraquiano seria executado até o domingo (31).

Segundo informações divulgadas na quinta-feira pela rede "NBC", Saddam seria enforcado antes do começo da Festa do Sacrifício muçulmana, que começa neste fim de semana. A rede norte-americana citou como fonte de informação um militar americano de alta patente que pediu para não ser identificado.

"Ninguém pode evitar a execução" de Saddam Hussein, condenado à morte por enforcamento, afirmou nesta sexta-feira o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, em um encontro com familiares de algumas vítimas do ex-ditador.

"Depois que foi decidido pela corte, ninguém pode opor-se à decisão de executar o criminoso Saddam", disse Maliki. "Aqueles que rejeitam a execução de Saddam estão minando a dignidade dos mártires do Iraque."

Apelo

Giovanni di Stefano, um dos advogados de Saddam, afirmou nesta quinta-feira que pediu aos Estados Unidos que não entreguem o ex-ditador, que consta como seu prisioneiro de guerra, às autoridades iraquianas para execução.

Di Stefano disse ao canal via satélite "Sky" que os Estados Unidos "têm em suas mãos" o futuro de Saddam e podem se negar a entregar o ex-ditador ao Iraque "por não ter tido um julgamento justo".

O advogado italiano afirmou que enviou o pedido à Comissão de Direitos Humanos dos Estados Unidos, e considerou "um julgamento político" o processo contra o presidente iraquiano.

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